Museu do Café, uma joia da nossa história, também foi afetado pela crise e teve 20% de sua verba cortada e precisa de ajuda para fazer uma nova restauração. A última foi realizada há mais de 20 anos.

A Bolsa Oficial do Café acaba de completar 96 anos de vida e o Museu do Café, que a abriga, assim como outros museus do Brasil, teve sua verba cortada em 20% em 2018, pela Secretaria Estadual de Cultura do estado de São Paulo, órgão responsável pela sua gestão.

O Museu do Café recebe um público de 300 mil pessoas por ano e, dentre os museus geridos pela Secretaria, é o quarto mais visitado, atrás apenas da Pinacoteca, do Catavento e do Museu do Futebol, todos localizados na capital.

O que pouca gente sabe é que o Museu da Imigração www.museudaimigracao.org.br, localizado em São Paulo, é seu museu-irmão, dado que o café não teria se expandido como aconteceu, sem a força de trabalho dos imigrantes que vieram substituir a mão de obra escrava das lavouras. Ambos os museus são geridos pelo Instituto de Preservação e Difusão da História do Café e da Imigração.

O grande desafio da equipe gestora do Museu do Café é manter o interesse desse público em seu acervo bem como preservar o prédio histórico de 96 anos, tombado pelos três órgãos responsáveis, Condephat, Ipham e Condepasa. “A época de sua construção, o café era a maior força econômica do Brasil. Por essa razão, o Museu foi construído com os materiais mais nobres e caros que havia no mundo, como mármores italianos, argamassa especial importada, telas e painéis de Benedito Calixto, etc. Manter o Museu com todas as suas particularidades é um imenso desafio, já que a maresia e o clima ajudam a deteriorá-lo ainda mais rapidamente, “explica a diretora executiva, Alessandra Rodrigues de Almeida. A última restauração pela qual passou o Museu foi há 20 anos, ainda na gestão Mário Covas.

“Desde então, só se investiu na manutenção do museu, não no restauro. E temos questões aqui, da própria localização do edifício, com a ação da maresia, por exemplo, que justificam o cuidado especial com o prédio”, diz. E ainda existe a questão da segurança e de todo o aparato contra incêndio que, segundo a diretora, o Museu está com todos os alvarás de funcionamento e de bombeiros absolutamente em dia.

A diretora ainda tem planos de diversas melhorias. A primeira é a de recuperar integralmente o segundo andar e reabrir o antigo restaurante da Bolsa. “Queremos devolver para a sociedade um dos lugares mais bonitos de Santos e do Museu que, infelizmente está fechado já há bastante tempo. Para a sua restauração, no entanto, vamos depender de verba da iniciativa privada. Sinceramente, acho uma grande oportunidade para as empresas do setor continuarem a escrever a história do café até os dias de hoje. É preciso que o setor tenha um sentimento de pertencimento quando se fala do Museu do Café”, se entusiasma. Hoje, o espaço é ocupado para eventos. Outro destaque é o projeto de restauração do auditório do Museu do Café.

 

Ajudando a preservar a história

Desde o começo do ano está funcionando um núcleo de negócios, com uma equipe de profissionais dedicada integralmente para buscar parcerias na iniciativa privada. O Museu ainda conta com o programa Amigos do Museu do Café, destinado a pessoas físicas que querem colaborar. São duas categorias: robusta (R$ 100,00) e Arábica (R$ 500,00). Quem colabora recebe uma série de benefícios como acesso ilimitado à instituição, fila preferencial na bilheteria, preços diferenciados na lojinha e na cafeteria, no bonde do café e em diversos cursos oferecidos na casa.

Já as contribuições de pessoas jurídicas podem ser feitas por meio do Programa Parceiros do INCI, divididas de acordo com a quantia a ser disponibilizada. As empresas também podem apoiar eventos e exposições do Museu, com a devida contrapartida da Lei Rouanet. O Museu disponibiliza diferentes projetos para patrocínio direto como exposições temporárias, atividades educativas, seminários, cursos, entre outros.

Nesse momento, inclusive, o Museu está precisando de patrocínio para trazer para o Brasil uma exposição de máquinas de café italianas, que já percorreu diversas capitais europeias.

Pessoas e empresas interessadas em se associar podem entrar em contato pelo telefone 13 32131750 ou pelo email: museudocafe@museudocafe.org.br

Museu do café
Inaugurado em 1998, é um dos principais pontos turísticos de Santos e seu principal objetivo é preservar e divulgar a história do café do Brasil e do mundo. É único do gênero.
Por meio de objetos, documentos, recursos audiovisuais e exposições, é mostrado ao público um retrato da evolução da cafeicultura e também do desenvolvimento político, econômico e cultural do País, desde o século 18 até hoje.

 

Bolsa Oficial do Café (Museu do Café, Santos, São Paulo)
Rua Quinze de Novembro, 95, Centro, Santos, SP, 110010-150

 

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