Contrastando com as boas notícias de aumento do consumo brasileiro e mundial de café, com países asiáticos, como a China, se tornando consumidores importantes, as cotações do café verde fecharam a sétima semana seguida com queda em seu balanço semanal (quando somamos o fechamento diário de segunda à sexta-feira) na ICE Futures US em Nova Iorque. De 19 de outubro último, uma sexta-feira, até o fechamento de hoje, os contratos de café com vencimento em março próximo na ICE acumularam queda de 2.180 pontos.

A recuperação da produção brasileira de café depois de três anos de severas secas sobre os cafezais brasileiros e a forte alta do dólar frente ao real (com as preocupações com o momento político no Brasil e a guerra comercial entre os EUA e a China) foram usadas como “pano de fundo” para a pressão sobre as cotações do café em Nova Iorque.

Não interessa aos operadores o fim dos estoques governamentais brasileiros de café, nem o fato que a atual safra recorde brasileira ser apenas a necessária para abastecer nosso consumo interno e nossas exportações neste ano-safra, e que em 2019 colheremos uma safra de ciclo baixo no Brasil.

Repetimos aqui o que dissemos em nosso último boletim semanal. Os cafeicultores brasileiros estão frustrados e preocupados. Quando finalmente tiveram uma boa safra, com a qual contavam recuperar parte dos prejuízos de três anos seguidos de seca sobre seus cafezais, sofrem com a queda do preço do café de um lado e forte subida dos custos de produção do outro. Subiram os preços dos defensivos, fertilizantes, combustíveis, energia elétrica e fretes.

Os números apresentados no 26° Encontro Nacional das Indústrias de Café (ENCAFÉ) pela empresa de pesquisa Euromonitor, contratada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), promotora do evento, mostram que o consumo de café no Brasil deverá fechar o ano de 2018 em 22,9 milhões de sacas de 60 quilos, com aumento de 4% contra o ano de 2017. Para 2019, a expectativa é de manutenção de uma taxa de crescimento de 4% no consumo brasileiro (acima da média mundial) que assim deve chegar a 23,8 milhões de sacas. Esses dados continuam posicionando o Brasil como segundo maior mercado consumidor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

O grupo 3 Corações, líder em vendas de café industrializado no Brasil, projeta fortes investimentos no mercado brasileiro, onde seus negócios têm crescido em ritmo de dois dígitos ao ano, Com 27 por cento do mercado de torrado e moído no Brasil, mais de 60 por cento no segmento de cappuccino e em segundo lugar em vendas no país em solúvel. A empresa, hoje uma joint venture 50/50 com o israelense Strauss Group Ltd, deve faturar quase 5 bilhões de reais neste ano (fonte: Reuters).

O Estado de São Paulo produziu este ano 5,8 milhões de sacas de café, o que representa aumento de 29,6% em relação ao ano passado, de acordo com as estimativas do IEA - Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. São Paulo é o segundo estado maior produtor de café arábica, atrás apenas de Minas Gerais.

Até dia 5, os embarques de novembro estavam em 2.961.595 sacas de café arábica, 218.471 sacas de café conillon, mais 260.824 sacas de café solúvel, totalizando 3.440.890 sacas embarcadas, contra 3.610.562 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 5, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 3.990.350 sacas, contra 3.970.747 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até dia 6, os embarques de dezembro estavam em 203.888 sacas de café arábica, mais 19.333 sacas de café solúvel, totalizando 223.221 sacas embarcadas, contra 248.865 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 6, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 589.595 sacas, contra 576.250 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE do fechamento do dia 30, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 7, caiu nos contratos para entrega em março próximo 345 pontos ou US$ 4,56 (R$ 17,76) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam, no dia 30, a R$ 548,87 por saca, e hoje, dia 7, a R$ 536,36. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 185 pontos. No mercado estável de hoje são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2018/2019, condição porta de armazém:

R$440/450,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$430/440,00 - FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$420/430,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$400/410,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$390/400,00 - RIADOS.
R$370/380,00 - RIO.
R$370/380,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$360/370,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 3,8950 PARA COMPRA.

POR EQUIPE CAFÉPOINT