Depois de subirem 1560 pontos nas duas semanas anteriores, os contratos de café com vencimento em julho próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, somaram, nesta semana, 365 pontos de baixa. Após forte sobe e desce desde segunda-feira até o fechamento de hoje, encerraram o período a US$ 1,0095 por libra peso.

Uma série de eventos levou a esse recuo das cotações em Nova Iorque: a passagem sem maiores danos de uma frente fria mais forte sobre os cafezais do sudeste brasileiro e a informação de tempo mais seco até o final do mês nas áreas produtoras de café no Brasil; o recuo do dólar frente ao real, depois de oscilações repentinas com a turbulência política em Brasília; a divulgação pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, das boas exportações de café do Brasil em maio, que saltaram 123,3% ante o mesmo mês do ano passado, totalizando 3,157 milhões de sacas de 60 kg. Esse quadro deixou operadores e especuladores um pouco menos preocupados, depois de testarem na terça-feira em NY a máxima de quatro meses a US$ 1,0615 por libra-peso. O resultado foi o recuo na semana de 365 pontos nos contratos com vencimento em julho próximo. Um ajuste técnico depois da alta de 1560 pontos nas duas semanas anteriores.

O mercado físico brasileiro apresentou volume menor de negócios fechados. Depois dos preços praticados na semana passada, os cafeicultores brasileiros não aceitaram as ofertas mais baixas oferecidas pelos compradores, que repassaram para suas ofertas o recuo das cotações em Nova Iorque e do dólar frente ao real. Retiraram seus lotes do mercado aguardando um patamar mais alto de preços em reais.

O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, participou ontem, dia 6, em Bruxelas, na Bélgica, de um simpósio realizado pela Organização Internacional do Café (OIC), em parceria com a Comissão Europeia e a Federação Europeia de Café. A Comissão Europeia sediou e decidiu participar desse debate com a intenção de reunir informações e propostas para apoiar a sustentabilidade do setor cafeeiro mundial, as quais serão apresentadas ao recém-eleito parlamento europeu, que tomará posse no próximo dia 2 de julho. Na sede do órgão executivo da União Europeia (UE), Silas Brasileiro expôs a situação crítica vivida pelos cafeicultores brasileiros e pediu real comprometimento dos consumidores e da indústria para solucionar a crise (fonte: CNC. Veja o informe completo em nosso site na seção “extra”).

A qualidade média dos cafés da nova safra que já chegaram aos armazéns preocupa bastante. Já é certo que teremos este ano um volume bem menor de lotes de café “cereja descascados”, bastante procurados pelo mercado de arábicas finos.

Até dia 4, os embarques de maio estavam em 2.522.455 sacas de café arábica, 309.880 sacas de café conilon, mais 141.735 sacas de café solúvel, totalizando 2.974.070 sacas embarcadas, contra 2.743.052 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 4, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 3.683.629 sacas, contra 3.233.007 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Até dia 7, os embarques de junho estavam em 48.185 sacas de café arábica, 15.319 sacas de café conilon, mais 4.426 sacas de café solúvel, totalizando 67.930 sacas embarcadas, contra 201.113 sacas no mesmo dia de maio. Até o mesmo dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 603.199 sacas, contra 668.388 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque (ICE) do fechamento do dia 31, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 7, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 365 pontos ou US$ 4,85 (R$ 18,73) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam, no dia 31, a R$ 543,08 por saca, e hoje, dia 7, a R$ 517,72. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 110 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2018/2019, condição porta de armazém:

R$430/450,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$420/430,00 - FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$410/420,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$370/390,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$350/360,00 - RIADOS.
R$340/350,00 - RIO.
R$350/360,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$330/350,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 3,8770 PARA COMPRA.

POR EQUIPE CAFÉPOINT