Devido sua altitude média de 1.280 metros, produtores de Espera Feliz produzem cafés considerados especiais/Divulgação/Emater

Devido sua altitude média de 1.280 metros, produtores de Espera Feliz produzem cafés considerados especiais/Divulgação/Emate

Os investimentos nos tratos culturais e na qualidade superior do café têm contribuído para agregar valor à produção e diferenciar o grão gerado na fazenda Forquilha do Rio, no município de Espera Feliz, na Zona da Mata, dos demais colhidos na região. Além disso, o padrão diferenciado tem atraído compradores internacionais, que visitam a unidade e pagam mais pelo produto exclusivo. Com preços 100% maiores recebidos pela comercialização dos grãos especiais, o faturamento da unidade produtiva cresceu 40% nos últimos anos.

De acordo com um dos proprietários, José Alexandre Abreu de Lacerda, a família produz café há mais de 60 anos. Atualmente, a propriedade mineira conta com mão de obra familiar, ao todo, são 15 pessoas atuando em uma área de 19 hectares, com aproximadamente 14 hectares de plantação de café. A altitude média é de 1.280 metros.

Vários fatores contribuem para a geração dos grãos especiais, como o clima favorável, o tipo de solo, a altitude e o trabalho em família. Além disso, existe grande preocupação com a finalização da produção, por isso, a mão de obra é bem qualificada.

“Nossa família se dedica à produção de qualidade e a cada ano os resultados são mais positivos. Com a melhoria da qualidade conseguimos conquistar vários prêmios e comercializar a produção com preços maiores, obtendo maior retorno e atendendo mercados mais exigentes”, diz Lacerda.

Ainda segundo Lacerda, os preços pagos pelos grãos de qualidade diferenciada são cerca de 100% maiores. Enquanto o grão comum é negociado em torno de R$ 450, por exemplo, a saca de 60 quilos café especial fica em torno de R$ 900. “Com o café especial estamos conseguindo bons resultados, já que vendemos com o dobro do valor. A maior rentabilidade permite que façamos diversos investimentos na propriedade, contribuindo para uma qualidade melhor”, ressalta.

Interesse - O café especial vem despertando a atenção de compradores internacionais de países como o Japão, Estados Unidos, Noruega e Alemanha, por exemplo. O destaque se deve a vários concursos conquistados nos últimos anos. “Estamos com uma demanda muito grande, recebemos recentemente interessados do Japão que vieram conhecer a nossa fazenda”, conta Lacerda.

A produção média anual de café especial gira em torno de 450 sacas de 60 quilos ao ano, o que equivale a 45% de toda a safra colhida. Neste ano, devido à redução do volume de chuvas, os grãos do café ficaram um pouco menores, mas a concentração de açúcares foi favorecida, elevando a qualidade. “Nosso objetivo é aumentar o percentual de café especial, queremos chegar a 70%, o que será alcançado com tratos culturais especiais e a renovação das lavouras”, avalia.

Estímulo - De acordo com o extensionista agropecuário da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) - escritório de Espera Feliz, Júlio de Paula Barros, que acompanha há 28 anos a propriedade de Lacerda, o sucesso da produção tem estimulado aos demais produtores da região, que também estão investindo na melhoria da qualidade do café.

“O trabalho desenvolvido é muito importante e tem proporcionado resultados interessantes como a atração de compradores para a região. Essa maior visibilidade tem servido de incentivo para outros produtores, que perceberam que é possível e vantajoso produzir cafés de qualidade, o que é fundamental para evitar as oscilações de preços no mercado e garantir melhor renda”, observa Barros.