Os cinco municípios de Minas que mais abriram postos de trabalho neste ano geraram 10.651 vagas de janeiro a julho, o que representa 15,5% dos 68.454 empregos criados no Estado no período (1.023.551 admissões e 955.097 demissões). As informações constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A cidade campeã é Nova Serrana (Centro-Oeste), seguida de João Monlevade (região Central), Patrocínio, São Gotardo e Patos de Minas, essas três últimas localizadas no Alto Paranaíba. Como setores de destaque nesses municípios aparecem o calçadista, agropecuário, da construção civil e de serviços.

De acordo com o Caged, de janeiro a julho foram criadas em Nova Serrana 3.073 vagas (12.499 admissões, contra 9.426 demissões), sendo 2.378 no polo calçadista. O resultado positivo vem sendo atribuído por representantes do setor a fatores como a profissionalização da área de vendas das indústrias, adaptação do empresariado às demandas do mercado e também à característica do produto oferecido: os calçados com preços melhores ganham espaço no cenário de crise econômica.

Em João Monlevade, nos sete primeiros meses do ano, foram gerados 2.408 empregos (7.562 admissões e 5.154 demissões). O destaque foi para a construção civil, que abriu 2.171 vagas. O bom desempenho do setor teria sido puxado por obra realizada pela siderúrgica ArcelorMittal.

Na cidade de Patrocínio, das 2.152 vagas abertas (9.233 admissões e 7.081 demissões), 1.223 foram geradas pelo setor agrícola. O município é grande produtor de café. Segundo o diretor do Sistema Nacional de Emprego (Sine) da cidade, Cássio Amaral, outros setores que estão se destacando são o de reforma e venda de carros usados, minerador e comércio. Ele informou que o município quer chegar ao fim do ano sendo o principal gerador de empregos do Estado e, para isso, está investindo em capacitação de pessoal e captação de vagas.

O município de São Gotardo gerou 1.535 vagas de janeiro a julho, diferença entre 5.435 admissões e 3.900 demissões. O destaque foi para a agropecuária, com 1.055 empregos.
Já em Patos de Minas, os destaques na geração de emprego foram dois: serviços e agropecuária. Na cidade foram criadas este ano, até julho, 1.483 vagas de emprego (13.166 admissões e 11.683 demissões). Desse total, 514 foram no setor de serviços. A agropecuária foi responsável por 420 novas vagas.

O secretário de Governo de Patos de Minas, Edno Oliveira Brito, explica que Patos é cidade-polo, com universidades e rede hospitalar que atendem a toda a região, o que faz o setor de serviços se sobressair. Na agricultura, o destaque fica com o café. Ele informa que a prefeitura vem trabalhando para atrair novas empresas para a cidade e, com isso, aumentar as vagas de emprego.


Diferenciais - O professor de economia da faculdade Ibmec, Felipe Leroy, considera positivo o fato de o setor de serviços em Patos de Minas aparecer como destaque na geração de empregos. Segundo ele, essa característica mostra uma tendência à descentralização da atividade econômica, com importante dinâmica regional. Além disso, segundo ele, o setor de serviços é mais flexível e menos dependente de fatores internacionais.

No caso de João Monlevade, ele acredita que o bom desempenho decorre de investimento pontual, já que a construção civil e a siderurgia ainda não se recuperaram do cenário de crise.  

Sobre Nova Serrana, Leroy ressalta que o polo calçadista é reconhecido gerador de emprego e renda. No cenário de recessão, o setor respondeu bem por oferecer um produto com preço competitivo. “Nova Serrana vem se especializando em produtos para as classes C e D. Na crise, o consumidor tende a substituir marcas tradicionais”, explica.

O bom desempenho do setor agrícola é atribuído à projeção no mercado internacional de algumas commodities, como o café, além da previsão de safra recorde de grãos no País.