O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, porém, com a ameaça da Broca nas principais lavouras produtoras do país nesta e na próxima safra, os preços do produto estão "vulneráveis a uma corrida ascendente", de acordo com a analista internacional do mercado do café, Judith Ganes-Chase.

  Foto: Gui Gomes/ Café Editora 
                                   

Segundo a especialista, a safra 2018/2019, de bienalidade positiva, pode chegar a uma produção recorde superior a 60 milhões de sacas de café, entre arábicae conilon, uma vez que as áreas produtoras estão em condições climáticas favoráveis. Porém, essa perspectiva otimista pode ser minada pelo surto de Broca-do-Café, que se propaga cada vez mais após a proibição do uso doinseticida Endosulfan, em julho de 2013. 

"Se a situação for deixada de lado, pode potencialmente criar estragos para a próxima safra", disse Judith, da empresa J Ganes Consulting. 

Se as expectativas numéricas da próxima temporada se confirmarem, certamente ajudará no reabastecimento dos estoques do país. "Há pouca margem de manobra para a questão da produção, tendo em vista os modestos estoques dos países produtores", afirma a analista, alertando, ainda, que "os frutos estão vulneráveis a uma corrida ascendente", por conta da praga. 

Para Judith, o Vietnã, maior produtor de conilon e segundo produtor de café classificado do mundo, "também precisa ser monitorado", devido as chuvas excessivas. "O país continua a ser inundado com episódios de clima extremamente úmido, mais do que o habitual, o que está começando a suscitar preocupações".