O faturamento estimado para a produção de café é de R$ 12,14 bi, retração de 19% ante 2016/Fazenda Bela Vista/Ipoema/Divulgação

Com a queda na produção de café e o volume recorde da safra de grãos, que promoveu a retração dos preços de importantes itens, como o milho e a soja, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Minas Gerais foi impactado de forma negativa. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o VBP do Estado para 2017, com base nos dados de julho, foi estimado em R$ 54,4 bilhões, retração de 6,9% frente ao registrado em 2016, que foi de R$ 58,5 bilhões.

Enquanto o VBP das lavouras recuou 10,1%, a pecuária manteve o resultado praticamente estável, com pequena queda de 0,6%.

O levantamento do Mapa mostra que o VBP das lavouras recuou 10,12% fazendo com que o faturamento passasse de R$ 39 bilhões para R$ 35 bilhões. O impacto negativo se deve à queda na produção de café e a desvalorização dos grãos, em função da maior oferta.

O faturamento estimado para a produção total de café, R$ 12,14 bilhões, está 19% inferior aos R$ 14,99 bilhões registrados no ano passado. No caso do café arábica, o faturamento foi estimado em R$ 11,99 bilhões, retração de 19,31%. Já no café conilon foi verificada alta de 12,9% no VBP, que deve encerrar o ano em R$ 142,9 milhões.
A retração no VBP do café se deve, principalmente, à safra menor. Em ano de bienalidade negativa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou que a produção de café em Minas Gerais ficará 16,3% menor com a colheita de 25,7 milhões de sacas de 60 quilos.

Mesmo com a oferta de café menor, os preços também recuaram. Enquanto no fechamento de julho de 2016 a saca de café de 60 quilos era negociada em média a R$ 495, em igual período deste ano o valor ficou próximo a R$ 465, preço 6,45% menor.

Grãos - A soja também apresentou queda no VBP. O faturamento da produção mineira recuou 12,66%, somando R$ 4,87 bilhões. No ano safra 2016/17, a produção mineira de soja somou 5 milhões de toneladas, alta de 6,7%. Em relação aos preços, houve uma desvalorização de 22,6% com a saca de 60 quilos de soja cotada, no final de julho de 2017, a R$ 65, ante o valor de R$ 84 praticado em igual período do ano passado.

O VBP do milho recuou 8,75%, com o valor da cultura estimado em R$ 3,5 bilhões. Com uma produção 13,5% superior e somando 5,79 milhões de toneladas, a oferta no mercado ficou maior, impactando nos preços. A saca de 60 quilos do cereal encerrou julho cotada a R$ 25, valor 100% menor que o praticado em igual período do ano anterior. Em 2016, além das exportações em alta, a estiagem limitou a oferta do cereal, fazendo com que o Estado registrasse valores recordes na negociação do produto.

Queda de 37,36% foi observada no VBP do feijão, fazendo com que o faturamento da cultura recuasse de R$ 2,21 bilhões para R$ 1,38 bilhão. Na batata-inglesa a queda no VBP foi de 57,6%. Com isso, o faturamento em 2017 ficou estimado em R$ 1,2 bilhão.

Altas - Dentre as altas, destaque para o VBP da cana-de-açúcar, que cresceu 43% e somou R$ 7 bilhões. A demanda pelo açúcar aquecida no mercado mundial favoreceu a cotação do produto e contribuiu para um VBP maior.

A estimativa é que o faturamento da produção mineira de algodão alcance R$ 353,9 milhões, valorização de 49,8%. No caso da banana é esperado aumento de 7,4% no VBP, com a produção de 2017 avaliada em R$ 1,78 bilhão.
 
Pecuária - O Valor Bruto da Produção (VBP) pecuária de Minas Gerais, com base nos dados de julho, foi estimado para 2017 em R$ 19,37 bilhões. O valor está praticamente estável, com pequena retração de 0,6% quando comparado aos R$ 19,49 bilhões registrados em 2016.

A interferência negativa na pecuária foi causada pelos resultados dos bovinos, frangos e ovos. O VBP dos bovinos recuou 10,7% com faturamento da atividade estimado em R$ 5 bilhões. No segmento de frangos a queda chegou a 9,85%, fazendo com que o valor da produção recuasse de R$ 3,8 bilhões para R$ 3,46 bilhões. O VBP dos ovos para 2017 foi estimado em R$ 1 bilhão, queda de 19,63% quando comparado ao valor de R$ 1,25 bilhão verificado em 2016.

Dos produtos que compõem a atividade pecuária, apenas leite e suínos apresentaram perspectivas de alta em 2017. No caso do leite, é esperado crescimento de 12,99% no VBP, que pode encerrar o ano a R$ 7,94 bilhões. Em suínos, com base nos dados de julho, a expectativa é de um faturamento de R$ 1,92 bilhão, alta de 11,4%.