O mercado de café apresentou-se calmo e desinteressado nesta semana que antecede os festejos de carnaval. Os contratos com vencimento em maio próximo na ICE Futures US recuaram para menos de um dólar por libra peso já no pregão da segunda-feira e permaneceram oscilando abaixo dessa barreira psicológica por toda a semana. Apenas na tarde de hoje, sexta-feira, subiram com um pouco mais de força e fecharam a US$ 1,0020 por libra peso, recuperando o patamar de um dólar. A alta de hoje tirou o balanço da semana do negativo para um pequeno ganho de 20 pontos em relação ao fechamento da sexta-feira anterior, dia 22.

O mercado físico brasileiro acompanhou o marasmo da ICE em Nova Iorque. Os cafeicultores mostram desânimo com esse quadro de preços em baixa, custos em alta e clima irregular nesta época de crescimento dos frutos. Em muitas regiões produtoras, a safra já naturalmente de ciclo baixo vai ser menor ainda. Com o calor intenso e a falta de chuvas no final de dezembro e no mês de janeiro, a produção de conilon também deve apresentar queda em relação ao inicialmente estimado.

Nesta última semana de fevereiro, a oferta de lotes de café no mercado brasileiro aumentou. Com exceção de alguns lotes de arábica de melhor qualidade, da safra atual e bem preparados, os negócios foram fechados por preços abaixo dos quatrocentos reais por saca. Apesar do preço aviltado, são vendidos para cobrir despesas mais próximas e primeiros preparativos para a colheita 2019.

O indicador de preço do café arábica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) atingiu nesta semana seu menor patamar desde julho de 2014.

A colheita de café na área de atuação da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) deve se iniciar em torno de 15 dias antes do usual, após o forte calor de dezembro e, principalmente, janeiro adiantar a maturação, afirmou o presidente da maior cooperativa de café do Brasil. "A temperatura muito alta em janeiro pode comprometer a produção de 2019. Com esse calor, vai ter de adiantar a colheita, porque o grão amadurece mais rápido", destacou Carlos Paulino da Costa (fonte: Reuters).

Geralmente, os cooperados da Cooxupé iniciam a colheita entre maio e junho, a depender da região. Mas segundo Carlos Paulino, neste ano devem começar 10 a 15 dias antes por causa da maturação adiantada. A cooperativa atua no Sul de Minas Gerais, Cerrado Mineiro e São Paulo.

Até dia 28, os embarques de fevereiro estavam em 2.321.821 sacas de café arábica, 128.546 sacas de café conilon, mais 223.487 sacas de café solúvel, totalizando 2.673.854 sacas embarcadas, contra 2.829.028 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 28, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 3.533.542 sacas, contra 3.739.434 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE do fechamento do dia 22, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 1, subiu nos contratos para entrega em maio próximo 20 pontos ou US$ 0,26 (R$ 0,98) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam, no dia 22, a R$ 494,73 por saca, e hoje, dia 01, a R$ 501,15. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 175 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2018/2019, condição porta de armazém:

R$400/410,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$400/410,00 - FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$390/400,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$370/380,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$360/370,00 - RIADOS.
R$340/350,00 - RIO.
R$360/370,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$350/360,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 3,7810 PARA COMPRA.