São Paulo, 31/07/2019 – O mercado futuro de café arábica voltou a ceder ontem abaixo de 100 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Os contratos continuam pressionados por fatores técnicos e pelo avanço da colheita no Brasil, principal produtor e exportador do grão.

 

O contrato com vencimento em setembro/19 em Nova York acumula, até o momento, desvalorização de cerca de 9,75% neste mês, considerando o fechamento de ontem. Desde o início do ano, a perda é de perto de 10%. Nos últimos 12 meses, o café registra queda de cerca de 21%.

Pelos indicadores técnicos, os futuros de arábica romperam novamente o suporte psicológico de 100 cents. Os próximos objetivos estão em 98,75 cents, seguido de 96,25 cents, 95 cents e 92,65 cents, informa em relatório semanal o diretor da exportadora Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa. Na parte de cima, as resistências estão em 104,50 cents, 106,40 cents e 108 cents.

Na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), os futuros de robusta com vencimento em setembro têm suporte em 1.321 dólares a tonelada, 1.311 dólares e 1.284 dólares. As resistências estão em 1.397 dólares, 1.413 dólares e 1.436 dólares.

O avanço da colheita no Brasil, favorecido pelo clima seco, deve continuar pressionando as cotações do grão. A Somar Meteorologia, em sua previsão para o café para os próximos 5 dias, estima que, por enquanto, o ar seco toma conta das áreas produtoras de café, impede a formação de nuvens de chuva e garantindo até mesmo o calor durante as tardes. Na quinta-feira uma frente fria deve avançar pelo Sul do País provocando chuva e diminuindo a temperatura. “No fim de semana, a chuva alcança as áreas de café do Sudeste, a temperatura cai mas, por causa ainda da presença de umidade, dificilmente vai gear nas áreas produtoras de São Paulo e do sul de Minas”, prevê a Somar.

O dólar voltou a registrar alta ontem em relação ao real, acompanhando desempenho no exterior. Segundo corretores, indicadores americanos mistos e declarações do presidente Donald Trump sobre a China puxaram a moeda. O dólar fechou em alta de 0,22% no mercado à vista, a R$ 3,791.

Os futuros do café em Nova York trabalharam de estáveis a forte queda no pregão de ontem. O vencimento setembro/19 fechou com baixa de 1,63% (165 pontos), a 99,50 cents. O mercado registrou máxima de 101,15 cents (estável em relação ao fechamento anterior) e mínima de 98,80 cents (menos 235 pontos).

Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam em boletim diário que as cotações do arábica tiveram queda ontem no mercado físico. Segundo o Cepea, as cotações do arábica recuaram ontem, pressionadas pelo recuo dos valores externos da variedade. Quanto aos negócios, as vendas continuam calmas.

O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 405,28 a saca, baixa de 1% em relação à segunda-feira, 29.

Os preços externos do robusta também recuaram ontem, mantendo calmo o mercado. O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 276,03 a saca, praticamente estável (-0,1%) em relação ao dia anterior. O tipo 7/8, bica corrida, ficou em R$ 266,31 a saca, 0,4% superior no mesmo comparativo – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.

Fonte: Agência Estado