A sustentabilidade tem sido tema recorrente durante a sétima edição da Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte, MG. Durante o painel Produtos e Ações Sustentáveis para a Cadeia do Café, realizado na Cafeteria Modelo, a torrefadora Fabíola Jungles apresentou o projeto paranaense Consolida (do qual é idealizadora), criado em 2017, e que tem o objetivo de promover o protagonismo feminino na produção cafeeira.

Segundo ela, os aspectos social e econômico que compõem a sustentabilidade estão presentes no projeto, além da visibilidade da mulher no campo, tema bastante atual na cafeicultura e agronegócio como um todo. “Encontramos cafeicultoras que dividem de igual por igual os negócios da família, mas elas não têm uma conta bancária própria”, comenta.

Por outro lado, Marcelo Brussi, da Minas Hill, empresa sediada em Melbourne, na Austrália, contou sobre sua experiência na comercialização de cafés brasileiros no mercado externo. Não é incomum, segundo ele, o cliente “relevar” a qualidade em detrimento das condições ambientais e de trabalho nas lavouras. “É inaceitável para os consumidores australianos e neozelandeses, por exemplo, tomarem uma xícara de café que não respeite essas condições”, diz.

Durante a feira, Brussi lançou a Harvest, um saco de plástico fabricado com um percentual de milho em sua composição, diminuindo o consumo de energia na produção.  Ele serve como um “forro” da tradicional saca de juta para evitar a contaminação do alimento. O produto não contém metais pesados, BPA (substância tóxica utilizado na fabricação de plástico) e organismos geneticamente modificados (GMO, na sigla em inglês). A previsão para a saca ser comercializada no Brasil é fevereiro de 2020 e o preço dela está estimado em torno de três dólares.