O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, disse que os estoques baixos de café no Brasil irão contribuir para a manutenção dos preços em níveis que garantem o mínimo de rentabilidade aos cafeicultores. “O volume armazenado no País deve ser divulgado em março, mas já sabemos que será o menor estoque de passagem da história”.

De acordo com Brasileiro, nos últimos dois anos, a produção foi reduzida em função da estiagem e mesmo assim foi exportado um volume maior. “Em 2015, por exemplo, foram destinados ao mercado externo entre 34 milhões e 36 milhões de sacas e o consumo interno ficou em torno de 20 milhões de sacas em um período que a produção somou 43 milhões de sacas. A menor oferta e as exportações favoráveis vão sustentar os preços”, avalia.

Caso as expectativas em relação à produção e café se concretizem, este ano poderá significar o início da recuperação da rentabilidade dos produtores. Mas para que todo prejuízo acumulado seja recuperado, serão necessárias mais safras com volumes, custos e preços favoráveis.

“A situação do produtor é bem complicada e levará muito tempo para se recuperar. Temos dois fatores que comprometem a condição: os insumos que subiram e a mão de obra, que possui encargos sociais pesados e que penalizam o produtor. Mesmo que a safra atual seja totalmente favorável, não será possível recuperar de imediato todas as perdas dos últimos dois anos. Ainda convivemos, no período, com os custos acima do valor pago pelo café”, ressalta Brasileiro.