Índice havia registrado uma retração de 1,23% em 2013. ABIC estima que o consumo volte a subir de forma mais intensa em 2015.

O consumo interno de café no Brasil, que havia registrado uma retração de 1,23% em 2013, mostrou recuperação de 1,24%, passando de 20,085 milhões de sacas de 60 kg para 20,333 milhões de sacas nos 12 meses compreendidos entre novembro de 2013 e outubro de 2014. O levantamento é da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), divulgado nesta terça-feira, 24.

O consumo per capita também aumentou ligeiramente no período, subindo de 4,87 kg/habitante/ano para 4,89 kg/habitante/ano de café torrado e moído (ou 6,09 kg de café verde em grão para 6,12 kg), o equivalente a 81 litros/habitante/ano.

No período, conforme a Abic, as grandes empresas evoluíram e ampliaram participação, com várias delas aumentando o volume em níveis próximos de dois dígitos. De um total de 1.428 empresas cadastradas em todo País no fim de 2013, das quais 455 associadas da entidade, a Abic apurou uma redução para 1.299 empresas no fim de 2014, uma queda de 9,0%, sinalizando processo de concentração e consolidação. Segundo a Abic, as 10 maiores empresas tinham uma participação de 74,4% em volume, sobre o total produzido pelas associadas.

As dez maiores são, pela ordem decrescente: Café Três Corações (MG); D.E. Cafés do Brasil (SP); Indústrias Alimentícias Maratá (SE); Melitta (SP); Cia. Cacique (SP); Mitsui (SP); São Braz (PB); Café Bom dia (MG); Café Pacaembu (SP) e Foods Indústria e Comércio (MG).

A ABIC estima que o consumo de café deve voltar a crescer de forma mais intensa em 2015, alcançando 21 milhões de sacas no ano. "A diversidade de produtos oferecidos, com maior qualidade, muitos deles certificados pelo Programa de Qualidade do Café (PQC) da Abic e sustentáveis, tem mantido o interesse dos consumidores', avalia a associação.

Aumento das cotações

A Abic considera que foi surpreendente a alta das cotações do café, impulsionada pela seca e altas temperaturas no início de 2014, que resultaram numa previsão de quebra da safra brasileira. O café arábica aumentou em média 58%, para R$ 455 a saca em dezembro passado, enquanto o café conilon (robusta) variou 22%, para R$ 275 a saca, no ano. Segundo pesquisas na cidade de São Paulo, de janeiro a dezembro de 2014, os preços dos cafés Tradicionais, nas prateleiras do varejo, subiram 9,7%, para R$ 13,88/kg, enquanto os cafés gourmet aumentaram 12,4%, alcançando R$ 48,00/kg, em média.

"A diferença dos índices de variação de preço entre matéria prima e o produto final evidencia que a indústria chegou ao fim de 2014 com seus custos muito pressionados. Reajustes nos combustíveis, energia elétrica, gás e câmbio continuarão a pressionar os custos da indústria neste início de 2015", observa a Abic.

De acordo com a Abic, o consumo de café em monodoses, seja na forma de cafés expressos, cafés em sachês ou em cápsulas, está crescendo acentuadamente.

Apesar de estar presente em apenas 1% dos lares no fim de 2014 (474 mil lares), a expectativa das empresas que atuam neste segmento é de crescer até 20% nos próximos 10 anos. Em 2014, as cápsulas ampliaram seu volume em 52,4% em relação a 2013 para 660 mil quilos, e 55,5% em valor.