A notícia de que o covid-19 (coronavírus) chegou ao Brasil deixou todos bem preocupados e abalados. São mais de 200 casos e a primeira morte foi confirmada hoje (17), em São Paulo. Os números de casos e de mortes pelo vírus fora do território chinês já ultrapassaram os registrados na própria China, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, na segunda-feira (16).

Segundo monitoramento da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, foram registradas, em todo o mundo, 7.074 mortes pela doença. Dessas, 3.217 ocorreram na China.

Eventos por todo o Brasil estão sendo cancelados para evitar aglomerações em um mesmo local, conforme orientação do Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde, já que o contato é a principal forma de transmissão.

Em relação ao mercado futuro do café, a Bolsa de Nova York (ICE Future US) encerrou o pregão desta segunda-feira (16) com baixas para os principais contratos no mercado futuro do arábica. Os mercados seguem reagindo às notícias ligadas à pandemia do coronavírus, com os investidores buscando antecipar quais serão os reais impactos dessa crise para a economia global.

"Os preços do café na segunda-feira caíram para mínimos de uma semana devido à fraqueza do real brasileiro e à preocupação de que a disseminação global do coronavírus reduza a demanda por café. Restaurantes, bares e cafeterias nos Estados Unidos e na Europa estão fechando para receber clientes", destacou o site internacional Barchart em sua análise diária. Em relação à embarcação do Porto de Santos, a Associação Comercial de Santos afirma que os serviços seguem normalmente.

O CaféPoint entrou em contato com Juliano Tarabal, superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que acredita ainda ser muito complexo e recente para falarmos de perda dos valores do café. “O que já percebemos que iremos ter é a diminuição do consumo, já que as pessoas estão saindo menos de casa. Como aconteceu na China e nos Estados Unidos, com cafeterias que optaram por fechar lojas”, aponta.

Em relação à colheita, Tarabal aponta que no Cerrado a maioria das fazendas utiliza a colheita mecanizada, o que exige um emprego menor de mão de obra, ou seja, menos pessoas na fazenda, evitando a proliferação da doença. “É um momento de organização do País”, finaliza.

Leonardo Custódio, técnico em cafeicultura e supervisor de qualidade da empresa Agro Fonte Alta, aponta que o impacto do coronavírus está chegando na zona rural, visitas estão diminuindo e as cafeterias fechando. “Fazendas já estão pensando em como ficarão seus colaboradores, acredito que até no final dessa semana vai aumentar mais as ações”, aponta.

Para Leonardo, o importante é a atenção de todos para os cuidados com o vírus, sua transmissão e para que o produtor possa trabalhar de maneira mais inteligente. “Uma sugestão é que os colaboradores que vão trabalhar de ônibus ou coletivos recebam uma ajuda de custo para que cada um possa ir com veículo próprio, evitando a aglomeração nos transportes. Outra ideia simples é que cada um faça suas refeições em lugares alternativos da propriedade, evitando a reunião no refeitório, que normalmente é um lugar fechado”.

O importante é buscar informações em fontes confiáveis, pois muitas notícias mentirosas estão sendo disparadas em grupos de WhatsApp. Além disso, o Ministério da Saúde disponibilizou aplicativos para iOS e Android sobre o novo coronavírus com as seguintes funcionalidades: informações, dicas, mapa de unidades de saúde e avaliação rápida sobre a relação de sintomas relatados com a definição de caso suspeito do vírus.