O fenômeno climático, que acontece a partir do esfriamento das águas Pacífico, deve estar formado até o início de outubro

A última safra foi fortemente influenciada pela influência do fenômeno El Niño, que fez com que muitos produtores rurais tivessem quebra de produção. Sob o efeito do El Niño, todas as regiões do Brasil registraram situações climáticas extremas, como temperaturas bem abaixo da média, altas temperaturas, excesso de chuvas ou estiagem. Em pouco tempo, a situação muda com a chegada da La Niña. O fenômeno climático, que acontece a partir do esfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico, deve estar formado entre o fim de setembro e o início do mês de outubro.

Segundo Alexandre Nascimento, meteorologista do Climatempo, agora as previsões são favoráveis. “De forma geral, a La Niña vai ser mais positiva para a agricultura, porque o El Niño travou a entrada de chuvas no Sul do Brasil, enquanto em São Paulo e Mato Grosso do Sul, entrou chuva acima da média. O restante do Brasil ficou com chuva abaixo do normal e altas temperaturas e isso provocou um estresse hídrico muito forte”, diz Nascimento.

La Niña na primavera e no verão

A previsão da Climatempo é que de as chuvas cheguem no momento certo e sem grandes excessos, favorecendo o plantio de grãos, o que deve deixar os produtores mais tranquilos. Por outro lado, a grande preocupação que a La Niña traz é o aumento das chuvas no final do período úmido. “Em março, coincidindo com a colheita, as chuvas devem ficar acima da média e isso acaba atrapalhando”, afirma o meteorologista. Nesse cenário, o produtor deve aproveitar o mês de fevereiro para intensificar a colheita.

Diferente do ano passado, a região Sul não deve ter chuvas tão frequentes como as que prejudicaram a produção agrícola. A expectativa para o Sudeste e o Centro-Oeste é que as chuvas fiquem dentro da normalidade. O que pode acontecer é o deslocamento do período úmido, que seria o atraso das chuvas na primavera e o alongamento do período chuvoso no verão. Para o Norte e Nordeste, a situação é bastante positiva, segundo o meteorologista. Após quase três anos ruins por conta da estiagem, neste ano os produtores podem esperar chuva dentro ou acima da média.

De acordo com Nascimento, ainda não é possível prever a influência do fenômeno climático a partir do segundo semestre de 2017. Até o momento, o que os especialistas sabem é que a La Niña deve atuar até o fim do verão. “O fato de não ter El Niño traz segurança e o mais importante em anos de La Niña é o espalhamento da chuva e as temperaturas não ficam tão altas.”, afirma o meteorologista do Climatempo.