EXPORTAÇÕES MINEIRAS
Novas rotas para vendas

Parceiros nada tradicionais do comércio de produtos acabados de Minas Gerais com o exterior, a Ucrânia, Eslováquia e a República Tcheca, Cingapura, Indonésia, Vietnã, Tailândia e Japão, Reino Unido, Estados Unidos e África do Sul estão entre as maiores promessas, hoje, de diversificação da pauta de exportações do estado. Esses novos destinos foram indicados com potencial expressivo em volume de compras e receita para os cafés especiais mineiros, leite e derivados, pedras preciosas, joias, chocolates e revestimentos de cerâmica, respectivamente, segundo estudo especial da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) apresentado, ontem, a empresários de Minas na sede da Federação das Indústrias (Fiemg), em Belo Horizonte.

As exportações mineiras somaram US$ 21,8 bilhões de janeiro a setembro, cifra que representou crescimento de 54% frente ao mesmo período do ano passado (US$ 14,1 bilhões), no entanto, permanece a forte concentração da pauta de vendas externas em minério, café cru, produtos de aço e ferro. "Até mesmo entre as mercadorias que já mostram o lado da diversidade, os clientes estão fortemente concentrados em poucos países, criando uma dependência arriscada em momentos de queda eventual de demanda ou de crise econômica", alertou o coordenador da Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva da Apex-Brasil, Marcos Lélis.

"Há uma série de oportunidades que podem ser trabalhadas", afirmou Lélis. A Apex analisou em detalhes o desempenho de 21 setores exportadores de Minas e destacou ramos em que o estado detém boa parte das exportações do país. É o exemplo dos cafés especiais, que participam com modestos 0,1% das vendas externas totais do estado, mas respondem por 94% das exportações brasileiras do item.

O café especial exportado por Minas é quase todo (94%) vendido nos Estados Unidos. As principais chances de conquistar novos parceiros para o produto estão no Leste Europeu, de acordo com o estudo da Apex-Brasil. Ucrânia e Eslováquia, até mais que a Rússia, que já engatinha negócios com algumas empresas brasileiras, têm ido mais às compras do produto.

Cingapura, Indonésia, Vietnã, China, Japão e Tailândia surgem como compradores expressivos de lácteos, quando 62% das vendas de Minas têm como destino a África e o Oriente Médio. O levantamento da Apex mostra que nesse segmento a briga das empresas de Minas para conquistar os novos parceiros será com os fornecedores da Nova Zelândia. leites especiais e em pó, de mais valor agregado, são as apostas. A lição de oferecer produtos difenciados também vale para o ramo de pedras e joias mineiras. Cerca de 95% das joias exportadas são destinadas aos EUA ao passo que a Apex identificou mercados de consumo consistentes na Europa, Japão Coreia e China. O estudo das exportações de Minas é o segundo levantamento regional a ser divulgado pela Apex, depois do Ceará. Os estudos ficarão disponíveis para consulta no site www.apexbrasil.com.br.

AS OPORTUNIDADES
Distribuição das exportações mineiras por setor e possibilidades de diversificação

Cafés especiais
>> Principais destinos: 94% para os Estados Unidos
>> Novas rotas: Ucrânia, Eslováquia, República Tcheca, Rússia

Leite e derivados
>> Principais destinos: 62% para África e Oceania
>> Novas rotas: Cingapura, Indonésia, Vietnã, China, Japão, Tailândia

Pedras preciosas
>> Principais destinos: 77% para Hong Kong
>> Novas rotas: Reino Unido, França, Itália e Estados Unidos, Ásia

Joias
>> Principais destinos: 95% para os Estados Unidos
>> Novas rotas: Alemanha, Itália, Espanha, Japão, China e Coreia

Chocolates e suas preparações
>> Principais destinos: 50% para a Ásia
>> Novas rotas: África e Leste Europeu

Revestimento em cerâmica
>> Principais destinos: Américas do Norte, Central e Sul
>> Novas rotas: Europa e Ásia