A importância do café para o Brasil vem de longa data, da época do Império. Em 1727, o país realizou as primeiras exportações, que se tornaram expressivas a partir de 1802. Em 1849, a produção brasileira do grão atingiu 40% da produção mundial. Esse contexto mostra a importância dessa cultura para os agricultores brasileiros. A favor desse mercado, nos últimos anos, a nutrição vegetal vem ganhando força nacionalmente, possibilitando ampliar horizontes do setor cafeeiro.

O agronegócio no Brasil tem evoluído no uso do metabolismo vegetal como aliado da qualidade e da produtividade. Ainda mais devido à atenção especial dada às lavouras de café, pois cada vez mais o país se solidifica como maior produtor e exportador mundial desse fruto. Fora ser o segundo maior consumidor do produto no mundo. Ao todo, são 15 estados produtores, com uma ampla biodiversidade, o que possibilita uma riqueza de opções aos consumidores.

Outro indicativo positivo é que a cafeicultura brasileira tem um sólido programa de pesquisas. Esses estudos vêm demonstrando avanços significativos, que estão vinculados aos investimentos em pesquisas em áreas importantes, como biotecnologia, melhoramento genético, manejo de pragas, entre outros.

Segundo dados de pesquisad
ores da Fundação Procafé, a qualidade do café, independentemente da região produtora ou do sistema de preparo, está intimamente ligada à porcentagem de frutos no estágio cereja colhidos. Esses condicionam a qualidade da bebida, obtendo propriedades adequadas. No entanto, uma grande dificuldade desse produto é dada pela desuniformidade de frutos no momento da colheita decorrentes de floradas ocorridas em tempos diferentes.

A maturação desuniforme é uma constante na cafeicultura brasileira em função de floradas sucessivas que podem ocorrer de duas a cinco vezes ao ano, dependendo do clima de cada região e da própria variabilidade climática ano a ano. Mesmo nos cerrados, em que o florescimento é mais uniforme, tem-se uma variação dos tipos de café colhidos do verde ao seco, passando pelo verde-cana ou granado, cereja, passa e seco.

A cafeicultura irrigada busca, por meio de artifícios físicos, como o estresse hídrico, a uniformização para obtenção de um maior percentual de cereja e menor de verdes. No entanto, excessos no estresse hídrico, em vez de condicionar maior porcentagem de cereja, provoca o aumento de passa e seco, diminuindo o potencial em tempo para o procedimento de café descascado. Sem mencionar a redução da absorção de nutrientes, principalmente no período da pré-florada, de grande essencialidade para a nutrição do cafeeiro.

BOM DESENVOLVIMENTO Logo, a nutrição vegetal – que está sendo bem desenvolvida no Brasil – tem viabilizado uma eficiência na fisiologia da planta para a obtenção de maior quantidade de frutos nesse estágio cereja. Em Minas Gerais, onde o cultivo do café é fundamental, é importante maturar os frutos de forma diferenciada, ou seja, atrasando o desenvolvimento dos grãos da parte superior (os primeiros a amadurecer). Essa técnica faz com que os mesmos acompanhem o ritmo de desenvolvimento da parte mediana e inferior da planta.

Ainda segundo esses levantamentos, para ter resultados positivos é preciso retardar o estágio do café cereja e diminuir o seco, condicionando maior período para o descascamento, sem prejuízos à qualidade. Isso significa maior rentabilidade do café e maior retorno financeiro ao produtor, entre outros benefícios indiretos, como redução do tempo de colheita. Essas recentes apurações foram coletadas em lavouras das regiões do Sul de Minas, do cerrado e do Triângulo Mineiro.

O café é fonte imprescindível de receita para centenas de cidades, além de ser fundamental para gerar trabalho na agropecuária nacional. O uso da prática da nutrição vegetal vem “caindo de maduro” no Brasil. Ela pode ser ainda mais difundida, trazendo muito mais frutos para a economia do país.