Três marcas de café tiveram 28 mil unidades de seus produtos apreendidas em supermercados das cidades de Vila Velha, Serra e Cariacica, na Grande Vitória, por não atenderem aos padrões mínimos de qualidade exigidos.
 
As apreensões ocorreram nesta segunda-feira (10) durante uma operação realizada pela Polícia Civil em conjunto com a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), com base em laudos emitidos pelo Laboratório Central (Lacen).
 
De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), delegado Eduardo Passamani, as investigações apontam que os cafés recolhidos possuem alta quantidade de cascas e paus, além de alto teor de umidade. Para completar, os rótulos não informavam padrões básicos, como a indicação do lote.
 
As fiscalizações têm como objetivo tirar de circulação cafés torrados e moídos com irregularidades. Oito estabelecimentos capixabas foram vistoriados nos bairros Gaivotas, Aribiri, Alecrim e Porto Novo, em Vila Velha; em Porto de Santana e São Francisco, em Cariacica, e em Barcelona, na Serra.
 
Todo o material apreendido ficou em um depósito dentro dos supermercados fiscalizados. As empresas produtoras serão investigadas por crime contra a relação de consumo.
 
A Polícia Civil não informou quais foram as marcas de café retiradas de circulação, pois as investigações ainda estão em curso. Os nomes dos supermercados não foram divulgados.
 
A Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) disse que as marcas são Tem+, Minete e Campestre.
 
A Campestre informou que, até o momento, não tomou conhecimento do fato e que precisa ter acesso ao laudo para se manifestar sobre o assunto.
 
Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia obtido contato com as outras marcas.
 
Presidente do Sincafé lamenta casos no ES




O presidente do Sindicato da Indústria do Café do Espírito Santo (Sincafé), Eugídio Malaquias, lamentou o ocorrido e afirmou que pretende convidar as empresas investigadas para que "possam olhar para o mercado de uma forma diferente".
 
"Ficamos triste pelo setor, que nos últimos 30 anos vêm trabalhando de uma forma efetiva, no sentido da melhoria da qualidade do café. Temos mostrado essa evolução nos últimos anos. Temos que chamar e convidar essas empresas, e fazer com que possam olhar para o mercado de uma forma diferente. Os clientes só vão abraçar e aderir a marca quando tiverem satisfeitos. Mesmo se fossem associados ao Sincafé, também estaríamos condenando tais atitudes", declarou Eugídio