Em um ano de safra recorde de grãos e de queda nos preços de importantes produtos, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Minas Gerais, estimado para 2017, com base nos dados levantados até setembro, ficará 8,6% inferior ao de 2016, com a produção agropecuária avaliada em R$ 53,99 bilhões. Na agricultura, a queda estimada é de 12,74%, enquanto o resultado da pecuária ficou 0,3% inferior. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O VBP da agricultura foi estimado em R$ 34,38 bilhões, retração de 12,74% frente aos 39,4 bilhões registrados em 2016. A queda está atrelada à maior produção de grãos, o que provocou o aumento da oferta e preços menores que os praticados em 2016, quando a safra foi afetada pela estiagem. Produtos importantes como o milho, a soja e o feijão apresentaram retração nos preços ao longo de 2017 quando comparados com 2016.

O café, principal produto do agronegócio de Minas Gerais, apresentou recuo de 22,58% no VBP, que foi estimado em R$ 11,7 bilhões. No café tipo arábica a queda verificada ficou em 22,9% e a produção avaliada em R$ 11,55 bilhões. Já o VBP da produção mineira de café conilon cresceu 21,28% e alcançou R$ 154,1 milhões.

A queda nos resultados do café se deve, principalmente, à safra menor, em função da bienalidade negativa na maior parte das regiões produtoras. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total de café em Minas Gerais foi estimada em 24,37 milhões sacas de 60 quilos na safra 2017. O volume sinaliza para um recuo da produção cafeeira em torno de 20,7% se comparado com a safra 2016, quando o Estado foi responsável pela produção de 30,7 milhões de sacas.

Outro importante produto que apresentou queda no VBP foi o milho. O faturamento da cultura retraiu 12,77% e alcançou R$ 3,38 bilhões. A queda foi provocada pelos preços menores, uma vez que a oferta do cereal foi ampliada. Na safra 2016/17 do cereal, a produção total alcançou o volume recorde de 7,5 milhões de toneladas, expansão de 27% sobre as 5,9 milhões de toneladas colhidas na safra 2015/16.

A soja também apresentou retração no VBP, 11,6%, que foi estimado em R$ 4,97 bilhões. Com a produção de 5 milhões de toneladas na safra 2016/17, aumento de 7,1% sobre as 4,7 milhões de toneladas colhidas na safra 2015/16, os preços recuaram e impactaram no VBP.

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Feijão - 
No feijão, a queda no VBP foi de 38,84%, com a produção avaliada em R$ 1,36 bilhão. Neste ano, os preços do feijão estão bem abaixo dos praticados em 2016, quando houve grande queda na oferta nacional e os preços atingiram patamares recordes. Em setembro, por exemplo, a saca de 60 quilos foi vendida, em média, a R$ 120, valor menor que os R$ 280 registrados em setembro de 2016. A produção mineira de feijão somou 535 mil toneladas na safra 2016/17, avanço de 2,9% sobre a safra anterior.

 Retração também no VBP da batata-inglesa. A cultura foi estimada em R$ 1,13 bilhão, 60,27% menor. Na cebola a queda de 38,1% fez com que o VBP ficasse em R$ 251 milhões. O VBP do tomate, R$ 1,29 bilhão, recuou 10,9%.

Crescimento - Dentre os destaques positivos está a cana-de-açúcar. O VBP estimado para 2017 está 39,43% superior e deve alcançar R$ 6,97 bilhões. Os preços e a demanda favoráveis justificam o incremento. O VBP do algodão herbáceo foi estimado em R$ 350 milhões, aumento de 47%.