Boletim semanal Escritório Carvalhaes - ano 85- n° 50

A semana foi calma no mercado de café. A ICE Futures US oscilou menos, mas fecha a oitava semana seguida com resultado negativo, perdendo 185 pontos da abertura de segunda-feira até o fechamento de hoje. O mercado físico brasileiro apresentou volume baixo de negócios, já entrando em ritmo de final de ano. Em média, houve uma diferença de 20 reais entre as ofertas dos compradores e o preço pedido pelos cafeicultores que colocaram lotes no mercado.

As exportações brasileiras de café no último mês de novembro totalizaram 3,68 milhões de sacas de 60 kgs, 24,4% a mais do que o embarcado no mesmo mês de 2017. Chama a atenção que apesar da excelente recuperação no volume exportado, a receita cambial ficou um por cento abaixo da de novembro de 2017. Exportamos 24% a mais e recebemos 1% a menos. Esses números explicam o descontentamento dos cafeicultores brasileiros, que além de estarem recebendo menos, assistem seus custos subirem forte com a grande valorização do dólar frente ao real. Defensivos, fertilizantes, combustíveis, energia elétrica e fretes tiveram alta significativa em 2018.

Em novembro, o preço médio da saca de café exportada foi de US$ 131,56 com queda de 20,4% na comparação com novembro de 2017, quando a média ficou em US$ 165,27, evidenciando forte transferência de renda para o exterior.

Em 2018, até novembro, o Brasil já embarcou 31,4 milhões de sacas. Com as exportações de dezembro somaremos perto de 35 milhões de sacas vendidas ao exterior no ano. Um bom resultado apesar do desempenho mais fraco nos seis primeiros meses de 2018, reflexo do tamanho de nossa safra 2017, de ciclo baixo, e do histórico término, em 2017, dos estoques governamentais de café (a primeira vez em mais de cem anos). Os embarques começaram a reagir em julho, com o início do novo ano-safra, quando tivemos uma produção recorde ao redor de 60 milhões de sacas de 60 kgs.

Com as exportações brasileiras de café chegando próximas de 35 milhões de sacas no ano calendário de 2018, a safra recorde que colhemos este ano nos permite trabalhar com a expectativa de exportações ao redor de 36 milhões de sacas no ano-safra brasileiro 2018/2019 (julho de 2018 a junho de 2019). Com mais café nos armazéns, nossos embarques no primeiro semestre de 2019 deverão ficar acima do exportado no primeiro semestre de 2018.

Em novembro, em seu encontro anual, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) divulgou que o consumo brasileiro de café em 2018 cresceu 3,5% e totalizou 22,9 milhões de sacas. A ABIC estima que o consumo de café continue crescendo em 2019. Se admitirmos consumo interno de 23 milhões de sacas no ano-safra 2018/2019 e somarmos 36 milhões de sacas exportadas no mesmo período, chegaremos ao desaparecimento de 59 milhões de sacas no ano-safra brasileiro. Sem estoques remanescentes, em junho do próximo ano nossa safra recorde 2018 estará próxima do fim. Em 2019 colheremos uma safra de ciclo baixo, menor que a deste ano.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que no último mês de novembro foram embarcadas 3.689.256 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 24% (787.143 sacas) a mais do que no mesmo mês de 2017 e 6,1% (229.529 sacas) a menos do que no último mês de outubro. Foram 3.189.891 sacas de café arábica e 233.951 sacas de café conilon, totalizando 3.423.842 sacas de café verde, que somadas a 263.705 sacas de solúvel e 1.709 sacas de torrado, totalizaram 3.689.256 sacas de café embarcadas.

Até dia 13, os embarques de dezembro estavam em 883.057 sacas de café arábica, 51.306 sacas de café conilon, mais 55.465 sacas de café solúvel, totalizando 989.828 sacas embarcadas, contra 796.399 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 13, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 1.658.955 sacas, contra 1.470.186 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE do fechamento do dia 7, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 14, caiu nos contratos para entrega em março próximo 185 pontos ou US$ 2,45 (R$ 9,57) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam, no dia 7, a R$ 536,36 por saca, e hoje, dia 14, a R$ 528,31. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 185 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2018/2019, condição porta de armazém:

R$440/450,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$430/440,00 - FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$420/430,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$400/410,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$390/400,00 - RIADOS.
R$370/380,00 - RIO.
R$370/380,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$360/370,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 3,9060 PARA COMPRA.

 

POR EQUIPE CAFÉPOINT