Punta Del Este, 26 de novembro de 2018 – A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) assinou um convênio com a Federação dos Cafeicultores do Cerrado “Unidos pela qualidade”. O acordo foi assinado na noite deste domingo, durante a abertura do 26º Encafé (Encontro Nacional das Indústrias de Café), que ocorre até dia 29 no Centro de Convenções do hotel Enjoy Punta Del Este, em Punta Del Este, no Uruguai.
Uma conjugação de esforços baseada nos programas de certificações, que se juntam numa cinergia de atuações, com ações entre a indústria de torrefação e os produtores diretamente. Por esse protocolo de intenções e cooperação técnica, unidos pela qualidade, ABIC e Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro desenvolverão um programa que permita a harmonização dos seus respectivos programas de certificação de café, criando uma verdadeira cadeia de custódia, que irá assegurar ao consumidor final productos de origens definidas, alta qualidade, produzidos e industrializados com responsabilidade social, ambiental e segurança alimentar, caracterizando produtos com os reais conceitos de rastreabilidade garantida, destacou o diretor executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz.
Herszkowicz disse que, nesse ano, aconteceram duas importantes atividades entre as duas entidades. Houve uma “Trip to Origin” (Viagem para Origem), quando um grupo de industriais visitou a região do Cerrado Mineiro. A segunda foi uma rodada de relacionamento com cooperativas de produtores que estiveram em São Paulo e lá experimentaram grãos de alta qualidade e fizeram contatos com industriais de café para apresentação dos seus produtos. “Temos a intenção de expandir esse tipo de cooperação com outras regiões produtoras, ampliando o contato entre a industria e o produtor”, afirmou.
A região do Cerrado Mineiro tem 55 municípios, com 235 mil hectares de café e aproximadamente 100 mil ha de café irrigado. O maior número de fazendas certificadas do Brasil está no cerrado mineiro, representando em torno de 60% das certificações, disse o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Francisco Sérgio de Assis. “A gente está vendo que não adianta trabalhar sozinho, a xícara somos todos nós, depende de todos nós. Por isso é preciso a integração da cadeia, da indústria, do solúvel, da exportação e da produção”, falou durante seu pronunciamento no Encafé.
Para Francisco Sérgio de Assis, trabalhando de forma integrada e profissional vamos conseguir, de certa forma, dar a sustentabilidade esperada para o nosso produtor, sendo que 85% dos produtores são de pequeno porte e precisam agregar valor para sobreviver. “E a qualidade é a forma de agregar valor e dar sustentabilidade para essa atividade, que por onde passa divide riquezas”, defendeu. E não adianta o produtor ter só a sustentabilidade social e ambiental, ele precisa da económica.