Entre os dias 8 e 10 de maio, o projeto Unidos pela Qualidade, coordenado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), percorreu a rota da qualidade dos Robustas Amazônicos, visitando propriedades de pequenos e médios cafeicultores, com ênfase em material genético de alta performance em produtividade, sustentabilidade e qualidade. A ação contou com representantes da indústria de café solúvel, torrefação e exportadores e foi realizada pela Embrapa Rondônia, Seagri, Emater-RO e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com parceria da Abic, Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) e do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
“É impressionante. É realmente uma cafeicultura com perfil novo, de produtividade muito elevada. As características de qualidade destes cafés permite a gente imaginar que nós estamos apenas no início do trabalho com os robustas finos e de alta qualidade. Com este perfil, eu não tenho dúvida nenhuma que um trabalho bem direcionado vai fazer essa produção render e pagar efetivamente o esforço do produtor, remunerar corretamente a indústria do café e deixar um grande beneficiário: o consumidor brasileiro”, destacou o diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia, Enrique Alves, essas visitas de reconhecimento são uma verdadeira quebra de paradigmas. “Os Robustas Amazônicos são um produto novo, com características únicas e que agregam sustentabilidade, inserção social e origem geográfica”, explica. A região era conhecida como fornecedora de matéria prima de baixa qualidade para baratear o custo de produção das indústrias. Hoje, os robustas são uma opção para agregar mais valor ao café brasileiro. “São novos sabores e aromas que só podem ser encontrados na Amazônia e têm se tornado uma verdadeira vitrine para uma cafeicultura que está a cada dia mais pujante e sustentável. Definitivamente, estamos vivendo novos tempos para os cafés de Rondônia e do País”, afirma o pesquisador.
Rondônia é o quinto maior produtor de café do País e está entre os três maiores estados produtores da espécie Coffea Canephora. A cafeicultura também é uma das principais atividades agrícolas geradoras de ICMS para o estado e é realizada por cerca de 18 mil agricultores familiares. Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área cultivada na safra 2019 será em de 74 mil hectares. Embora a área plantada tenha diminuído 66% nos últimos 15 anos, a produtividade cresceu cerca de 255%, devendo alcançar 33 sacas/ha de café beneficiado na safra 2019, com produção estimada de 2,1 milhões de sacas.
Enrique ressalta que o estado começa a colher os frutos de um processo de modernização constante. A renovação das lavouras é consequência do uso de tecnologia clonal, materiais genéticos superiores, irrigação e novas práticas de manejo. O clima amazônico tem se mostrado muito favorável à produção de cafés híbridos (conilon e robusta), reconhecidos como Robustas Amazônicos, que têm conquistado exigentes mercados consumidores. “Este conjunto de transformações e o potencial do estado para se tornar referência em produção de cafés no País tem chamado à atenção de especialistas e investidores para conhecerem de perto essa verdadeira revolução silenciosa que acontece no campo”.
Tão importante quanto o avanço na produção é o incremento da qualidade. Os Robustas Amazônicos têm sido reconhecidos nacional e internacionalmente por sua qualidade. No concurso Coffee of The Year 2017 e 2018, os cafés de Rondônia conquistaram destaque entre os cinco melhores cafés do tipo conilon/robusta do País. Além disso, o estado possui um dos maiores e mais importantes concursos de valorização da qualidade e sustentabilidade de Coffea Canephora do Brasil e vem consolidando a região Amazônica como berço de uma nova cafeicultura nacional.
As informações são da Embrapa Rondônia.