Produtores de café enfrentam dificuldades nesta safra com os preços.
No cerrado, os agricultores estão conseguindo lucrar com a atividade.
A cada volta que a colheitadeira faz na lavoura, o agricultor Douglas Tizzo fica satisfeito. Ele já colheu metade dos 40 hectares de café que cultiva emPatrocínio, na região do Cerrado Mineiro e a produtividade está além do que esperava.
Com essa produtividade, mesmo com o mercado em baixa, é possível ter algum lucro. "É viável, meu custo gira em torno de R$ 260 a R$ 270 e o preço está em R$ 280, R$ 290, então sobra uma 'beiradinha' pra gente”, diz.
A boa produtividade de Douglas não é um caso isolado. Ele está dentro da média dos 500 agricultores filiados à Expocaccer, a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado, que tem sede em Patrocínio, conforme afirma o diretor superintendente Sérgio Dornelas.
“Os cafeicultores da região do Cerrado Mineiro são produtores preocupados com a gestão das propriedades, é diferente das demais regiões produtoras. O cerrado é uma região pioneira principalmente na gestão dentro das propriedades rurais, elas se tornam empresas rurais, onde o produtor foca na minimização dos custos de produção e em novos tratos culturais que maximizam a produção. Os custos, principalmente de mão de obra, são diminuidos com o uso de tecnologia".
Na região do Cerrado Mineiro além de conseguir melhor produtividade, mesmo em ano de safra baixa, os produtores de café também estão faturando mais com a negociação de parte da safra no mercado futuro, caso do agricultor Gláucio de Castro, também de Patrocínio. Mais da metade dos 310 hectares de café já foram colhidos e já estão negociados.
Essas vantagens todas não valem apenas para os médios e grandes produtores. José Astrogildo, que vive da agricultura familiar, tem nove hectares de café em produção e conta com assistência da cooperativa. Ele negociou este ano parte da safra no mercado futuro e está satisfeito. "Vou conseguir pagar os custos, vai sobrar um pouquinho e ainda vou guardar uma parte para vender depois contando que os preços melhorem ainda mais", diz.