A JDE (Jacobs Douwe Egberts), empresa global especializada em café, com sede na Holanda, que no Brasil é a segunda maior indústria de torrefação, com marcas como Pilão, do Ponto, Caboclo e Pelé, anunciou, esta semana, que pretende comprar, no Brasil, as marcas de café e chá do Grupo JAV (José Augusto Vieira), líder no nordeste em vendas de café com a marca Maratá. A Maratá coloca o Grupo JAV como a terceira maior indústria de café do Brasil, atrás apenas da 3corações, a maior, e da JDE (com informações do jornal Valor Econômico).

O negócio, se concretizado, poderá colocar a JDE na liderança do mercado interno brasileiro, o segundo maior do mundo, e concentrar ainda mais nosso mercado. A terceira colocada passará a ser a Melitta, e as três primeiras juntas deverão ultrapassar, com certa folga, 60% do mercado consumidor brasileiro. Nesse novo cenário, a quarta colocada será a Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil e do mundo, e, a quinta, a São Braz S. A., com forte atuação no nordeste brasileiro. A novidade é a Camil Alimentos S. A., que entrou na industrialização de café há pouco tempo e já é a sétima maior. O Brasil ainda deve ter mais de mil torrefações de café de pequeno e médio porte.

Ontem, no 5º Fórum Café e Clima Cooxupé (recomendamos que assistam), foram dados números e hipóteses para explicar a frustração dos cafeicultores com o tamanho da safra brasileira de café 2023, que está entrando em fase final de colheita. Técnicos da Cooxupé alertaram que, com os problemas climáticos - agora agravados com a chegada do El Nino - existem, ainda, muitos obstáculos à frente antes da chegada da próxima safra brasileira 2024.

Já está claro que nossa atual safra 2023 será maior que a de 2022, mas bem menor que os números estimados pelos cafeicultores e pelo mercado antes do início dos trabalhos de colheita. Carlos Augusto Melo, presidente da Cooxupé, reconheceu, sem citar números, que a produtividade das lavouras de café arábica teve uma queda inesperada. Disse que, nos últimos três anos, a Cooperativa sentiu uma queda brusca na produção.

Apesar do quadro preocupante descrito pelo 5º Fórum Cooxupé, dos problemas com a produção apresentados em praticamente todos os principais países produtores de café, e dos baixíssimos estoques mundiais, operadores de mercado, fundos e especuladores continuam apostando que a nova safra brasileira 2023 será suficiente para abastecer o mercado mundial de café. Hoje, derrubaram forte a ICE Futures US em Nova Iorque e a ICE Europe em Londres.

Em Nova Iorque, os contratos para setembro próximo, bateram em US$ 1,6190 na máxima do dia, recuaram e fecharam em queda de 355 pontos, a US$ 1,5790 por libra peso. Ontem terminaram em baixa de 170 pontos e anteontem tiveram alta de 130 pontos. Na terça-feira, perderam 115 pontos, e na segunda-feira, subiram 115 pontos. No balanço da semana caíram 395 pontos. Encerraram a sexta-feira passada em alta de 380 pontos, a US$ 1,6185 por libra peso. A alta na semana passada totalizou 105 pontos.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café para setembro próximo caíram hoje 85 dólares e fecharam a semana valendo 2 588 dólares por tonelada. No balanço desta semana perderam 14 dólares por tonelada. Encerraram a sexta-feira passada valendo 2 612 dólares por tonelada. No balanço da semana passada subiram 62 dólares por tonelada.

Os estoques de cafés certificados na ICE futures US caíram hoje mais 3.771 sacas. Estão em 528.752 sacas. Há um ano eram de 700.050 sacas, quando já eram considerados muito baixos e preocupantes. Caíram neste período 171.298 sacas. Nesta semana a queda foi de 7.118 sacas. Na semana passada esses estoques recuaram 9.333 sacas. No último mês de junho, a queda somou 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas. No mês de abril, a queda totalizou 62.731 sacas. O ritmo de queda diminuiu, em razão dos estoques restantes serem de cafés da América Central, de algumas safras atrás, desmerecidos na qualidade, recertificados, e depositados na Europa.

Os estoques de robusta na ICE Europe caíram hoje para uma baixa recorde de 5.205 lotes, o menor desde 2016.

O dólar fechou hoje em queda de 0,59 % a R$ 4,7310. Na sexta-feira passada fechou a semana a R$ 4,7800.

Em reais por saca, os contratos para setembro próximo, na ICE em Nova Iorque, fecharam hoje a R$ 988,16. Ontem terminaram o dia a R$ 1016,35. Na sexta-feira passada, encerraram a semana valendo R$ 1023,37. Na sexta-feira anterior a passada encerraram a semana a R$ 1019,93.

O mercado físico Brasileiro permaneceu calmo por todos os dias desta semana e, com a queda de hoje em NY, termina a sexta-feira paralisado. Os produtores continuam retraídos e poucos negócios foram fechados no decorrer desta semana. O volume de negócios continua pequeno para esta época de início de ano safra.

Até dia 28, os embarques de julho estavam em 1.728.689 sacas de café arábica, 355.693 sacas de café conilon, mais 181.832 sacas de café solúvel, totalizando 2.266.214 sacas embarcadas, contra 2.224.305 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 28 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 2.391.725 sacas, contra 2.383.545 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 21, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 28, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 395 pontos ou US$ 5,22 (R$ 24,72) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 21 a R$ 1023,37 por saca, e hoje sexta-feira, dia 28, a R$ 988,16. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 355 pontos. No mercado paralisado de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2023/2024, condição porta de armazém:

R$ 880/910,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 840/860,00 - FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 810/840,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 770/790,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 760/780,00 - RIADOS.
R$ 750/770,00 - RIO.
R$ 740/760,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 740/760,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,7310 PARA COMPRA