O queridinho da refeição matinal dos brasileiros foi o item com a maior alta registrada no ano passado.

O café moído fechou o ano de 2021 com um aumento de 50,24% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Especialistas apontam que a alta é motivada pelos longos períodos de estiagem do ano passado.

Líder da inflação no setor de alimentos, o café vem seguido pelo seu complemento mais tradicional à mesa: o açúcar refinado. O produto apresentou alta de 47,83% nas gôndolas dos supermercados ao longo de 2021. Diretor da FGV Social, o economista Marcelo Neri destacou outros dados do cenário que contribuíram para a elevação de preços.

“O aumento do dólar impactou o preço dos produtos negociados no mercado internacional, apesar de o Brasil ser o maior exportador do café, não fugiu das altas. A seca de 2021 também afetou a produção agrícola, em geral, mas principalmente a do café”, explica o especialista.

O preço médio do quilo do café em pó e em grão nos supermercados chegou a R$ 49,06 em Manaus. É o valor mais alto detectado nas oito capitais pesquisadas pelo levantamento da Cesta de Consumo (Horus/FGV), em dezembro. Em Belo Horizonte foi encontrado o menor valor: R$ 29,62.

O Conselho Nacional do Café emitiu em nota que a safra do café para 2022 ainda apresenta algumas incertezas em relação ao tamanho, uma vez que a produção depende de fatores climáticos. Em 2021, o período de estiagem influenciou na produção da menor safra histórica nacional. Ainda assim, o órgão garante que há estoque suficiente para o mercado interno e para a exportação.

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) reforça que a partir de março, com o fim do período das chuvas, será possível ter uma previsão da próxima safra de café. Em nota à CNN, Celírio Inácio, diretor executivo da entidade, informou que esforços estão sendo feitos para que a produção seja normalizada.