Boletim semanal Escritório Carvalhaes - ano 87 - n° 4
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Santos, sexta-feira, 24 de janeiro de 2020
Os contratos de café na ICE Futures US oscilaram pouco até 23/01. Na sexta-feira (24/01) recuaram 245 pontos nos contratos para março próximo e acabaram levando o balanço da semana para o negativo. O mercado físico brasileiro continuou calmo, com baixo volume de negócios fechados, porém com bastante interesse comprador. Os produtores que deixaram para vender parte de sua produção no início de 2020 vêm colocando lotes no mercado, mas as bases de preços oferecidas pelos compradores não os anima a fecharem negócios. Existe uma diferença de 15 a 20 reais entre o valor das ofertas dos compradores e o preço pedido pelos cafeicultores.
Estamos no início da entressafra brasileira e é pouco o café em mãos de produtores. Faltam seis meses de embarques neste ano-safra e assim nossos cafeicultores, cientes dos baixos estoques existentes, recusam as ofertas atuais. Querem aguardar preços no mínimo no patamar que foi praticado em novembro e dezembro de 2019. Acumularam prejuízos no decorrer de 2019 e com a escalada do dólar frente ao real ao longo do ano passado, arcam agora com uma forte alta nos fertilizantes, defensivos e combustíveis.
Com o grande volume de café que ainda temos de embarcar, mais uma vez vamos chegar ao final de um ano-safra, em junho próximo, sem estoques remanescentes.
São boas as chuvas que começaram no final de novembro. Essas chuvas devem propiciar que nossa safra 2020/2021 seja de fato de ciclo alto, mas não uma safra recorde, acima da de 2018. O consumo no Brasil e no mundo continua crescendo e teremos de usar toda nossa safra 2020/2021 para atender nossas exportações e o consumo interno brasileiro no novo ano-safra que se inicia em julho próximo. Em 2021 nossa safra será de ciclo baixo.
O reaquecimento da economia brasileira - e, consequentemente, do consumo - deverá fazer de 2020 um ano propício a novos investimentos no mercado brasileiro de cafés, principalmente os especiais. É o que aponta o estudo “The Brazilian Coffee Market”, recém-concluído pelo banco holandês Rabobank.
O estudo indica que a receita com as vendas de cafés - especiais e tradicionais -, deverá crescer 34,2% (US$ 3,4 bilhões) no país entre 2019 e 2024. É o equivalente a 66% do crescimento projetado para toda a América Latina no período. Em 2018, esse mercado movimentou US$ 10 bilhões. O consumo de cafés especiais no Brasil deverá crescer 22% este ano, em linha com a média registrada desde 2017, para 1,2 milhão de sacas. Em 2023, o estudo do Rabobank projeta que o volume deverá alcançar 1,8 milhão de sacas. Considerando o mercado como um todo, a expectativa é que o consumo no país tenha encerrado 2019 em aproximadamente 21,5 milhões de sacas e chegue a 22,1 milhões em 2020 - um crescimento de 2,8% (fonte: VALOR ON LINE).
Até dia 23 os embarques de janeiro estavam em 1.415.707 sacas de café arábica, 27.822 sacas de canéfora (conilon), mais 108.146 sacas de café solúvel, totalizando 1.551,675 sacas embarcadas, contra 1.413,060 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 23, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em janeiro totalizavam 2.698.709 sacas, contra 2.389.709 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 24, caiu nos contratos para entrega em março próximo 200 pontos ou US$ 2,65 (R$ 11,09) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 617,74 por saca, e hoje dia 24 a R$ 609,64. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 245 pontos.