O Conselho Nacional do Café (CNC) acredita que os agricultores brasileiros têm condições de em breve superar o momento dos preços baixos no mercado internacional, questão que gerou, nestes oito meses do ano, protestos do setor.

Segundo carta assinada pelo presidente do CNC, Silas Brasileiro, o segmento conseguirá superar essa fase na qual os preços internacionais estão próximos dos menores níveis em mais de 13 anos.

De acordo com ele, logo haverá um equilíbrio entre oferta e demanda devido à baixa safra de 2019, ao comprometimento na produção de 2020, em razão dos baixos tratos culturais e da condição climática adversa, o que poderia melhorar o cenário de mercado para os produtores.

Silas ainda acredita que, com investimentos menores agora, a próxima colheita do maior produtor e exportador global de café “se enquadrará dentro da média que temos produzido”. Em entrevista concedida a Reuters, ele lembrou que os estoques do País estão relativamente baixos e não citou estimativas.

“O momento atual é de uma crise aguda a nível mundial, pois os preços aviltados nos levam às vezes a tomar medidas imediatistas que, ao invés de beneficiar os nossos produtores, podem beneficiar os demais países que produzem café, isto por não terem uma política cafeeira como temos no Brasil”, afirmou o presidente do CNC.

A Associação de Cafeicultores do Brasil (Sincal) defende que o País e outras nações discutam o tema, e sugeriu a criação de uma Organização dos Países Produtores de Café (Ocafé) para lidar com a crise.

Ainda que os preços globais estejam em torno de 96 centavos de dólar, perto de mínimas de mais de uma década de 88 centavos, registradas em maio na bolsa de Nova York, no mercado interno, a cotação consegue alguma sustentação nos momentos de alta do dólar, quando os produtores aproveitam para negociar lotes.

As informações são da Reuters.