O Conselho Nacional do Café (CNC) se reuniu na última sexta-feira (09) com a secretária especial adjunta de Articulação Social da Presidência da República, Elen Mesquita, e o diretor do Departamento de Relações com Organizações Não-Governamentais da Pasta, Miguel Franco, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), para tratar do pagamento anual do Brasil à Organização Internacional do Café (OIC).
A OIC busca com cooperação internacional enfrentar os desafios com que o segmento se depara em todo o mundo. Seus governos-membros representam 98% da produção cafeeira mundial e mais de 67% do consumo global.
“Nas reuniões semestrais, estão presentes as principais indústrias e traders que adquirem os cafés do Brasil. O próximo encontro ocorrerá em Londres, de 23 a 27 de setembro, porém, se o governo brasileiro não efetuar o pagamento da contribuição anual antes do mês que vem, a delegação nacional não terá direito a voz e voto”, comenta o presidente do CNC, Silas Brasileiro.
Durante a reunião, Silas solicitou esforços da Secretaria Especial da Presidência da República para que esse pagamento seja efetuado, evitando, dessa forma, prejudicar a imagem do setor cafeeiro do Brasil com os países consumidores e concorrentes.
“Maior produtor e exportador mundial, e segundo principal consumidor da bebida, o Brasil ocupa posição de destaque e liderança na OIC. O diretor executivo do organismo é um brasileiro e o corpo diplomático da Representação Permanente do Brasil junto às Organizações Internacionais em Londres (Resbralon) é responsável por coordenar o grupo dos países produtores de café, conduzindo as negociações de forma a alinhar os interesses da produção, mas sem prejudicar o market share brasileiro. Portanto, é vital que o pagamento seja efetuado para que o país mantenha sua posição mundial”, conclui Silas.
Presidentes dos Países Produtores
Por conta da posição de destaque do Brasil na política cafeeira internacional, a Colômbia, junto à OIC, por meio da Federación Nacional de Cafeteros (FNC), solicitou ao CNC reforço ao convite do presidente colombiano, Iván Duque, ao presidente Jair Bolsonaro para participar da reunião dos presidentes dos países produtores de café, em 25 de setembro, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque (EUA).
O objetivo é aprofundar as discussões sobre a crise de preços, que está sendo desenvolvida no âmbito da Resolução 465 da OIC, e chamar a atenção internacional para a necessidade de redistribuição do valor ao longo da cadeia do café. “Como exemplo, citamos que, em 1965, 60% da renda do café ficava nos países produtores, mas, atualmente, menos de um terço do valor gerado por este setor é mantido onde o café é produzido”, destaca Silas.
O presidente do CNC, durante a reunião no Palácio do Planalto, apontou aos representantes do governo federal que a ideia é tomar atitudes para que os preços pagos aos produtores sejam remuneradores.
“Sabemos que o mercado é livre e concordamos que permaneça assim. Nosso objetivo é executarmos ações e programas, internamente e em nível mundial, para que cheguemos a preços remuneradores, sem buscarmos supervalorizações que estimulariam novos plantios, excedente de oferta e quedas bruscas futuras nas cotações, mas também que não nos vejamos obrigados a negociar nosso café a preços extremamente aviltados e que sequer cubram nossos custos de produção”, finaliza.
As informações são do CNC.