Divulgação: Cocatrel
Cada dia que passa os consumidores estão cada vez mais exigentes e interessados em saber sobre tudo o que compram e consomem. O mercado, por sua vez, atento às mudanças de comportamento, tem buscado atender a essas demandas, colocando nas prateleiras produtos com origem definida, rastreabilidade, transparência nos processos de produção e preocupados com as responsabilidades praticadas por cada uma dessas empresas, e isso também inclui o agronegócio.
Especificamente na cafeicultura, uma boa forma de se garantir todos esses diferenciais na produção é através das certificações. As grandes certificadoras internacionais visam garantir, através de normas de condutas, as boas práticas no campo, com foco na gestão voltada para o bem-estar das pessoas, os cuidados com o meio ambiente e sustentabilidade econômica para todos os envolvidos.
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A Engenheira Agrônoma da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), Thamiris Bandoni, responsável pela área de certificações na cooperativa, explica que cada certificadora tem suas especificidades e cita como exemplo a UTZ, que coloca normas com mais de 100 itens que devem ser obedecidos para que o produtor conquiste a certificação para sua propriedade.
“São procedimentos divididos em blocos como gestão, práticas agrícolas, condições de trabalho e de vida, além de meio ambiente. Dentro de cada um destes “temas”, diversos pontos são analisados como o mapa da área, previsão de safra realizada por um técnico habilitado, manutenção de registros na propriedade, lista de funcionários com a função de cada um deles, controle de horas extras, controle da aplicação de defensivos, registros de EPI’s, devolução de embalagens e, por fim, a rastreabilidade do produto final – que significa a identificação registrada de todo o café produzido desde a colheita até a entrega em um armazém também certificado”.
Divulgação: Cocatrel
Parece muito complexo, porém boa parte dessas práticas já são normalmente utilizadas na produção de café, porém sem as regulamentações necessárias. “É um processo que não acontece de um dia para o outro. Os produtores precisam realmente estarem comprometidos para que as fazendas sejam organizadas e adaptadas às normas exigidas para que sejam oficialmente certificadas”, pondera Thamiris.
Pelo lado do produtor, alguns investimentos devem ser realizados, mas segundo Júlia Figueiredo, cooperada da Cocatrel e uma das proprietárias da Fazenda das Areias, localizada no município de Coqueiral, os benefícios conquistados com as certificações vão muito além de apenas financeiros.
“Houve uma grande evolução na organização e em todos os processos da Fazenda. Além disso, com as melhorias implementas para os funcionários, como nas suas moradias e no cuidado com suas famílias, conquistamos trabalhadores engajados e motivados, o que fez toda a diferença no dia-a-dia da propriedade. Em relação ao lado ambiental, o cuidado com as nascentes e com a vegetação sempre foi muito relevante para nós, porém com as orientações da certificadora passamos a cuidar ainda mais do meio ambiente e da limpeza da fazenda e a compreender verdadeiramente o valor da preservação e o retorno que a natureza traz para todos nós”.
Em relação ao investimento realizado, Julia explica que o ágio pago pela cooperativa pelos cafés certificados, no caso dela, UTZ, compensa os investimentos que foram feitos durante às adaptações da propriedade às normas exigidas e confirma que está no meio do processo para a segunda certificação, que é a Rainforest Aliance (RFA).
Divulgação: Cocatrel
Como dito anteriormente, para que o ciclo da certificação seja completo, os cafés certificados devem ser armazenados apenas em armazéns também certificados. As rígidas normas aplicadas nas propriedades também são avaliadas nestes armazéns, que precisam adaptar-se às exigências de cada uma das certificadoras, para estarem aptos a receberem esses cafés.
A Cocatrel possui os seus armazéns certificados para receberem cafés das principais certificadoras do mundo como 4C, UTZ, Rainforest Alliance, C.A.F.E Practices e Certifica Minas. A cooperativa, que passou por recente auditoria e foi aprovada, garante ao cooperado a segurança da rastreabilidade de seu produto, demonstrando todo o caminho físico e documental que acompanha o café, desde a entrega no armazém até a sua comercialização.
“Tenho muito orgulho em presidir uma cooperativa que não mede esforços para garantir todo apoio ao cooperado e isso implica, sim, em investimentos em estruturas a adaptações necessárias para que a Cocatrel esteja apta a receber qualquer café que seus cooperados precisem nela armazenar. A conquista da ampliação dessas grandes certificações para os armazéns da cooperativa comprovam que estamos no caminho certo e que a Cocatrel segue com muita competência os mais altos padrões relacionados ás normas de armazenamento de café, além de cumprir, na prática, suas responsabilidades com as pessoas, com o social e com o ambiental’, afirma Marco Valério Araújo Brito, presidente da Cocatrel.
Além de tudo o que foi dito, com os armazéns certificados mais próximos, o produtor reduzirá os custos com transportes e aumentará a segurança, visto que o café não precisará ficar em sua propriedade. Outras vantagens que a Cocatrel apresenta para estes cafés certificados são a agilidade na comercialização e o pagamento de prêmios para as diferentes certificações, tornando-se eficiente e completa para o produtor.
O agronegócio é muitas vezes apontado como inimigo da natureza e do meio ambiente e as certificações são uma maneira de se provar o contrário. Independentemente do quão trabalhoso e dispendioso seja o processo de certificar uma fazenda ou um armazém, quando há produtores que realmente se preocupam em ir além da lavoura e uma cooperativa engajada com causas responsáveis e de interesse comum, como é a Cocatrel, o resultado positivo é garantido. Não é por acaso que a Cocatrel vem há 6 décadas mantendo-se entre as maiores cooperativas de cafeicultores do mundo, desenvolvendo a economia dos municípios onde atua e garantindo renda a mais de 7 mil famílias.