Nesta sexta-feira (21), às 16h, a Emater-MG realiza o webinar Mulheres do Café, no canal do YouTube. O seminário on-line faz parte da programação da Expocafé 2021 e será aberto pela secretária de Estado de Agricultura de Minas Gerais, Ana Maria Soares Valentini. As convidadas serão Vanusia Nogueira, diretora executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), e a cafeicultora Bruna Tavares da Silva, membro da Associação das Mulheres do Café das Matas de Minas (AMUC). As palestras contarão a história dessas mulheres na cafeicultura.

Esse ano, a Expocafé ocorre pela segunda vez de forma virtual em função da pandemia. A feira é organizado pela Epamig, pela Secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e pelo Governo de Minas, com apoio institucional da Prefeitura de Três Pontas, da Cocatrel, da Ufla, da Emater-MG e do Consórcio de Pesquisa Café.

Vanusia Nogueira é filha e neta de produtores e comercializadores de café. É doutora em Administração, com ênfase em Marketing, pela Universidade Nacional de Rosario (Argentina). Formada em Tecnologia da Informação (TI) e Gestão pela PUC-RJ, possui mestrados em Gestão e em Gestão Avançada de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de ter cursos internacionais de especialização em Finanças, Gestão de Relacionamentos, TI, entre outros, concluídos nos Estados Unidos, Alemanha e Brasil.

Diretora executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais desde 2009, Vanusia é conselheira do Conselho Nacional do Café (CNC), da Rainforest Alliance e da Alliance for Coffee Excellence (ACE), organizadora do principal concurso mundial de qualidade do café, o Cup of Excellence, e conselheira consultiva da Specialty Coffee Association (SCA). Reconhecida como hábil articuladora, a gestora foi indicada por entidades de classe da cadeia produtiva do café no Brasil ao governo federal como candidata do Brasil a ocupar o cargo de diretora executiva da Organização Internacional do Café (OIC).

Bruna Tavares da Silva, de 25 anos, é produtora de café de Alto Jequitibá, na Zona da Mata mineira. O gosto pela vida na roça veio cedo. Aos oito anos de idade, seus pais decidiram tentar a vida em Londres e ela foi morar com os avós maternos. Quando não estava na escola, fazia questão de acompanhar o avô em suas atividades na lavoura e, conforme foi crescendo, o interesse pela cafeicultura só aumentou. Quase terminando o curso superior de Educação Física, a jovem largou tudo e assumiu a administração da propriedade do avô. “Eu nunca gostei de cidade e muito menos quis sair do país. Sempre acreditei no agronegócio e no grande potencial do nosso país”, afirma Bruna.

Para progredir na cafeicultura, Bruna procurou apoio técnico da Emater-MG, participou de treinamentos, simpósios e cursos de capacitação. A agricultora também buscou agregar valor à produção de café com a certificação da propriedade e se especializou na produção de cafés especiais. Em 2019, ela ficou em segundo lugar no Concurso Municipal de Qualidade de Café. Para agregar ainda mais valor ao grão, ela criou sua própria marca de café, a Café Ouro da Serra, e vende grãos torrados e moídos pela internet e em várias cidades.

Em 2020, foi presidente da Associação das Mulheres do Café das Matas de Minas (AMUC), da qual ainda é membro. “Na associação, a gente discute a comercialização do café, gestão de propriedade, novas técnicas e há uma grande troca de experiências entre nós. Vemos a história de mulheres que saíram lá de baixo e hoje são grandes produtoras”, comenta. Bruna acredita que as mulheres ainda enfrentam mais dificuldades que os homens no meio rural, mas para ela os obstáculos podem ser superados. “Você não vai ganhar espaço falando, mas agindo. Se você pegar e trabalhar direito, será respeitada cada vez mais como produtora”, assegura a cafeicultora.

As informações são da Emater-MG.