Em seu último Boletim, o Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), pontuou as reações do mercado, que segue aguardando melhora nos índices de umidade das regiões produtoras do Brasil. Segundo a instituição, “Nesse quadro, é uma questão de pouco tempo para que o mercado físico destrave e o volume de negócios cresça”. Veja o relatório, abaixo, na íntegra:
Boletim semanal - Santos, sexta-feira, 10 de outubro de 2014
O tempo seco persiste nas áreas produtoras de café do sudeste brasileiro e deve continuar pelo menos até o fim da primeira quinzena de outubro, com baixos índices de umidade e temperaturas elevadas para esta época do ano.
Em Nova Iorque, tivemos mais uma semana de fortes altas nos contratos de café na ICE Futures US. Os com vencimento em dezembro próximo acumularam alta de 1390 pontos na semana, fechando a US$ 2,2040 por libra peso. Nas últimas três semanas subiram 4 240 pontos.
No mercado físico brasileiro os preços subiram menos, ficaram praticamente estáveis esta semana, não acompanhando Nova Iorque. Os compradores procuram não repassar as altas em Nova Iorque, na esperança de que as cotações cedam quando as chuvas voltarem.
Os cafezais brasileiros sofrem com uma seca inédita que começou no início do ano, derrubou a safra brasileira de café 2014 e já está claro que a 2015 também foi afetada. A cada dia a mais de tempo seco, crescem os prejuízos dos cafeicultores com a próxima safra. Como já afirmamos em boletim anterior, nossos cafezais enfrentam o mais sério problema climático desde a grande geada de 1975. Desta vez não temos os estoques de passagem que tínhamos naquela ocasião.
É um jogo de paciência. Quem pode não aceita as bases de preço oferecidas pelos compradores, aguardando ofertas que reflitam as grandes perdas de produção. Até agora, os embarques da nova safra foram cobertos principalmente com cafés negociados meses atrás (vendas para entrega futura) e entregues pelos produtores aos exportadores ao longo dos meses de julho, agosto e setembro. Os embarques a partir de novembro serão cumpridos com compras no mercado disponível, com necessidade mensal, entre exportação e consumo interno, de 4 a 4,5 milhões de sacas.
Nesse quadro, é uma questão de pouco tempo para que o mercado físico destrave e o volume de negócios cresça.
O Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de setembro foram embarcadas 2.940.465 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 5% (213.931 sacas) a mais que no mesmo mês de 2013 e 5% (146.593 sacas) a menos que no último mês de agosto. Foram 2.372.878 sacas de café arábica e 254.932 sacas de café conillon, totalizando 2.627.810 sacas de café verde, que somadas a 309.698 sacas de solúvel e 2.957 sacas de torrado, totalizaram 2.940.465 sacas de café embarcadas.
Até o dia 9, os embarques de outubro estavam em 560.425 sacas de café arábica, mais 28.605 sacas de café conillon somando 589.030 sacas de café verde, mais 15.829 sacas de café solúvel, totalizando 604.859 sacas embarcadas, contra 430.934 sacas no mesmo dia de setembro. Até o dia 9 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 850.099 sacas, contra 814.353 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 3, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 10, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 1.390 pontos ou US$ 18,39 (R$ 44,23) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 3 a R$ 674,97 por saca e sexta-feira, dia 10 a R$ 701,17 por saca. Hoje nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 125 pontos.