24/04/2012 - Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com estabilidade, em um dia caracterizado pela interrupção da recuperação esboçada ao final da semana passada e pela influência dos segmentos externos.
Ao longo de toda a segunda, as bolsas internacionaise os mercados de risco registraram quedas consistentes, devido aos problemas políticos na Holanda, que deve ter o atual gabinete parlamentardestituído, aos resultados das eleiçõesna França e também aos números relativamente fracos da atividade econômica na China. Diante disso, o dólar voltou a ganhar consistência, o que fez com que segmentos de maior risco, como o café, tivessem um dia de pressão.
Os negócios foram abertos com a expectativa de que as correções voltassem a ocorrer. A posição julho chegou a flutuar acima do nível de 180,00 centavos de dólar por lira peso. Entretanto, com os índices negativos de vários outros mercados, as baixas voltaram a ser registradas, mas, antes do final dos negócios, algumas recompras foram observadas, o que possibilitou a estabilização das cotações.
Fundamentalmente, o mercado continua atenta à questão climática. O Brasil começa a sentir a chegada das primeiras massas de ar frio e o temor, que normalmente ocorre neste período, com as geadas, continua ativo entre muitos players. Além disso, as chuvas na Colômbia se mantêm constantes e, apesar de os volumes de precipitação serem menores que no ano passado, muitas enchentes já foram registradas.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve estabilidade, com 178,95 centavos, sendo a máxima em 180,60 e a mínima em 176,60 centavos por libra, com o julho tendo desvalorização de 5 pontos, com a libra a 181,40 centavos, sendo a máxima em 183,00 e a mínima em 179,20 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou queda de 8 dólares, com 2.025 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 12 dólares, com 2.044 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela pressão externa, contudo, os bears (baixistas) não se mostraram tão incisivo como em oportunidades recentes, o que deu oportunidade para a desaceleração das perdas e o encerramento estável dos negócios. “Algumas commodities conseguiram, na parte da tarde, diminuir os impactos das baixas iniciais, como foi o caso do café, que seguiu também o petróleo, que encerrou também com estabilidade. A pergunta é: será que vamos ter um bom comportamento com os mercados externos mais positivos e, assim, ampliar as correções?”, sustentou um trader.
A figura técnica ainda encoraja os baixistas, mas a indústria deve continuar aproveitando para estender suas coberturas. Aos produtores que precisam de caixa parece que infelizmente não há muitas alternativas”, apontou Rodrigo Corrêa da Costa, colaborador da Archer Consulting.
As exportações brasileiras de café em abril, até o dia 23, somaram 1.098.106 sacas, contra 1.425.558 sacas registradas no mesmo período do mês passado, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 545 sacas, indo para 1.528.013 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.293 lotes, com as opções tendo 2.092 calls e 1.436 puts.
Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 180,60, 181,00, 181,30, 181,50, 182,00, 182,50, 183,00, 183,50, 184,00, 184,50, 184,90-185,00 e 185,30 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 176,60-176,50, 176,00, 175,50, 175,10-175,00, 174,50, 174,00, 173,55-173,00, 172,50, 172,05-172,00, 171,90, 171,50, 171,00, 170,50, 170,10-170,00, 169,50 e 169,00 centavos por libra.