No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, assim diz o poema de Carlos Drummond de Andrade. A natureza, com sua sabedoria, traz verdade a esse escrito. Um cafeeiro cresceu onde existia uma grande dificuldade, numa fresta de uma pedra. Ali nasceu e está se desenvolvendo, mostrando que a adaptação faz parte da sobrevivência da espécie.

Nós, técnicos, ficamos surpresos com este cafeeiro, sobrevivendo do quase nada, pois conhecemos que a planta precisa de solo, profundo e fértil. Ali víamos, justamente, o contrário. Pra nós foi um exemplo. Temos, no dia a dia, de adaptarmos nossas ideias. Somos, no geral, conservadores, pois nos baseamos na tradição e resistimos às novidades.

Foto: Procafé
Cafeeiro, da variedade catuaí, crescido em uma fresta de pedra, que tem mais de 3 m de espessura, na parte alta da Fazenda Sertãozinho, em Botelhos (MG).


Assim tem sido na adoção de novas variedades, na aceitação de critérios de suficiência nutricional do solo, como forma de reduzir a aplicação de nutrientesdisponíveis em bons níveis, no uso de novos sistemas de mudas e de plantio e em outras tantas tecnologias inovadoras.

As recomendações precisam, logicamente, serem bem testadas. A pesquisa cafeeira está ai pra isso. Pra transmitir, aos técnicos de AT e aos produtores, indicações de produtos e praticas seguras

Vamos, então, tratar as dificuldades, os problemas que aparecem, com adoção e adaptação de novos conhecimentos. Vamos fazer como nosso valente cafeeiro, que ao encontrar uma pedra no seu caminho, procurou o melhor caminho.