Cada país tem seus próprios desafios quando o assunto é sustentabilidade. A constatação é uma das bases utilizadas pela Plataforma Global do Café (GCP – Global Coffee Plataform), que pretende ampliar a visão e ação da cadeia cafeeira sobre o tema. Formada em março de 2016, durante a 4ª Conferência Mundial do Café na Etiópia, a Plataforma Global do Café é a junção da Associação 4C, do Programa Café Sustentável (PCS) do IDH (Iniciativa do Comércio Sustentável).
O principal objetivo agora da GCP no Brasil é levar ao setor produtivo informações relevantes sobre a sustentabilidade, como alcança-la e porque ela vale a pena. Para chegar o campo, que supre o restante do mercado com o produto, a Plataforma já capacitou 940 técnicos de campo no Currículo de Sustentabilidade do Café (CSC).
“Os industriais estão colocando mais investimento da Plataforma justamente porque estão preocupados com a baixa velocidade da sustentabilidade. Uma grande parcela dos consumidores não querem consumir produtos que não respeitem o meio ambiente e que coloquem os produtores em risco de alguma forma”, pontua Ted. “Além disso, se um país tem algum problema com agrotóxicos, por exemplo, essa notícia negativa viaja rapidamente e por isso, a necessidade de que esses dados cheguem aos produtores. É um processo de redução de riscos”.
Desafios do Brasil
Para instigar a transformação, a Plataforma iniciou suas pesquisas com a primeira ponta da cadeia: os produtores. São eles que apontaram em reuniões já realizadas o que é mais relevante para a produção sustentável em seu ponto de vista. “Em pontos macros, os produtores apontaram itens que já são cumpridos no Brasil, mas que eles querem seguir trabalhando para que não seja um problema futuro, como fome e pobreza”, analisa Pedro Ronca, coordenador do Programa Brasil da Plataforma Global do Café.
Outros pontos levantados pelos produtores brasileiros foram a preocupação com a Sucessão Familiar, Educação e Treinamento, além de Água/ Saneamento. Após ouvir cafeicultores, a Plataforma pretende levar as respostas a essas questões através da atuação de técnicos de campo. “Precisamos saber como e quando os produtores estão aplicando as técnicas, por isso considerados os técnicos implorantes aliados. O Brasil está em uma posição muito privilegiada frente a outros países, neste sentido. Aqui temos um número de entidades que trabalham a extensão que não há em outros locais”, dispara Ted. O programa já atua parceiros como a Emater (em Minas Gerais, Rondônia e Paraná), o Incaper (ES) e a Cati (SP).