Donald Trump anuncia tarifaçoDonald Trump anuncia tarifaço: oportunidade para o café mineiro. Foto: Casa Branca/Flickr

 

O tarifaço de Donald Trump representa uma “oportunidade maior do que o problema”. A avaliação é de Sergio Meirelles Filho, presidente do SindiCafé-MG, em entrevista exclusiva a O Fator.

Hoje, o importador americano de café paga tarifa zero. A partir deste sábado (5), vai pagar pelo menos 10%.

O Brasil está na lista dos países que pegaram a menor tarifa mínima anunciada ontem por Trump – 10%.

Analistas conseguiram decifrar como as tarifas foram calculadas: elas são proporcionais ao déficit comercial com os Estados Unidos.

Países que exportam muito e importam pouco dos americanos foram os mais taxados.

Os que têm déficit comercial com os Estados Unidos – caso do Brasil – receberam a tarifa mínima de 10%.

Meirelles Filho destacou que outros grandes produtores de café, como Vietnã e Indonésia, pegaram tarifas mais altas – 46% pro Vietnã e 32% para a Indonésia.

Já a Colômbia, outro concorrente brasileiro, pegou a mesma tarifa que a nossa (10%).

“Acho que a oportunidade é maior do que o problema causado”, disse Meirelles Filho. Boa parte do mercado vai sofrer com tarifas mais altas que aquela imposta ao Brasil.

O presidente do SindiCafé-MG também avaliou como relativamente pequena a queda no preço do café na bolsa de Nova York.

Na manhã de hoje, um dos índices do preço do café chegou a cair quase 3%, mas depois recuperou parte das perdas e a queda estava em cerca de 1,25% por volta das 13h no horário de Brasília.

“Como os Estados Unidos não produzem quase nenhum saco de café, nós não corremos risco de perder mercado”, disse Meirelles Filho.

Outra característica importante é que o mercado americano é dominado por poucos grandes importadores de café, com mais recursos e crédito para bancar as tarifas.