5/09 - Os cafeicultores brasileiros devem continuar a limitar suas vendas à espera de preços maiores, a menos que as condições climáticas favoreçam uma safra robusta no próximo ano, disse nesta terça, dia 25, opresidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa.
O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, terminou recentemente uma de suas maiores colheitas. Mas as exportações de café verde de janeiro até agosto recuaram 21% ante o acumulado de oito meses em 2011, somando 15,2 milhões de sacas de 60 kg.
Segundo Costa, presidente da maior cooperativa de café do Brasil, os cafeicultores estão capitalizados e podem continuar estocando a produção deste ano.
— Tenho impressão que o próximo nível de preços em que eles vão começar a vender é R$ 450 (US$ 222,23) por saca. Não sei se o mercado internacional vai atingir esse patamar, mas os produtores vão resistir o máximo que puderem até lá — disse.
De acordo com o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), uma saca de café brasileiro exportado em agosto ficou em média em US$ 203,24, uma queda ante US$ 271,33 no mesmo mês em 2011. A safra brasileira tem anos de produção forte e fraca. Neste ano, o ciclo foi de produção alta e a expectativa de uma safra enorme no país é citada como uma das razões dos preços baixos no mercado.
Mas, segundo Costa, a perspectiva para o próximo ano pode afetar as cotações. Com a proximidade da estação chuvosa nas regiões produtoras do Sudeste, os cafezais devem florescer nas próximas semanas, dando as primeiras indicações sobre a safra 2013/2014.
— Se a previsão for de colheita forte no próximo ano, acredito que os produtores começarão a vender. Se a expectativa for de safra pequena, vão continuar resistindo — afirmou.
Costa disse que os cafeicultores brasileiros devem ter alguma ideia sobre a expectativa para o próximo ano por volta de novembro. Ele ressaltou que o clima seco nos últimos meses não leva a uma produção fraca, pois as chuvas devem voltar nos próximos meses.