Por Camila Cechinel
As vendas de cafés especiais, produzidos com grãos de qualidade superior e que passaram por uma forma de processamento diferenciada, com certificação de sustentabilidade, representaram 14,6% das exportações brasileiras totais do produto no primeiro semestre, de acordo com o mais recente relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Segundo a instituição, as chuvas ocorridas no ano passado refletiram na oferta dos diferenciados, mas mesmo assim o volume atual é superior ao ciclo 2012/2013. Em 2015 o Brasil teve exportação record do segmento, com 9 milhões de sacas de 60 kg saindo do país.
De janeiro a junho foram embarcadas 2.175.180 sacas de cafés especiais. No período, a receita alcançou US$ 447,6 milhões, 17,3% do total do faturamento do setor. Os principais destinos da categoria foram Estados Unidos (397.742 sacas), Alemanha(317.377) Bélgica (297.197 sacas), Itália (211.084 sacas) e Japão (209.220 sacas).
De acordo com o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, a expectativa é de que haja, no futuro, um aumento na produção e na exportação dos cafés de qualidade, porque além de ser um mercado em crescente expansão, traz maior renda aos cafeicultores.
"Nos próximos 10 anos veremos um incremento muito forte no mercado asiático. Primeiro, precisa-se desenvolver a cultura de beber café, que alguns países não têm, mas isso já está acontecendo", disse ele. Para Carvalhaes, o Brasil "tem eficiência e capacidade para atender a esse mercado", considerado como mais exigente.