Receita cresce 33%, para US$ 5,66 bilhões, com venda de 33 milhões de sacas
João Alberto Aguiar - Repórter - 10/01/2011 - 23:30
As exportações brasileiras de café foram recordes em 2010. A receita com a venda externa foi de US$ 5,66 bilhões, crescimento de 33% em relação a 2009. Já o volume comercializado atingiu 33,002 milhões de sacas, de 60 quilos, expansão de 9% em relação às 30,3 milhões de sacas vendidas no ano anterior. O balanço do ano passado foi divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Do volume exportado, o diretor geral da entidade, Guilherme Braga, estima que Minas Gerais tenha participado com cerca de 55%, com destaque para o Sul de Minas. Só esta região do Estado, diz, contribuiu com aproximadamente 9 milhões a 10 milhões de sacas.
O resultado das exportações de café, de acordo com Braga, superou as expectativas iniciais, de 31 milhões de sacas. "Entre os fatores que contribuíram para este crescimento estão a redução da produção em países como a Colômbia, em função de fatores climáticos, o aumento do consumo e a elevação da demanda mundial", afirma.
Na avaliação por países, os Estados Unidos foram os principais importadores do Brasil, com a compra de 6,6 milhões de sacas (variação positiva de 11,93% em relação a 2009). Em segundo lugar aparece a Alemanha, com 6,4 milhões de sacas (alta de 5,68%), e a Itália, com 2,7 milhões (crescimento de 10,98%). No quarto lugar aparece o Japão, com 2,32 milhões de sacas (elevação de 7,5%).
"Os Estados Unidos e a Alemanha continuam sendo nossos principais mercados e se alternam em primeiro lugar na compra do café brasileiro. A primeira colocação de um ou outro é pontual e depende de vários aspectos, como o incremento do consumo", salienta Braga, lembrando que os norte-americanos mantêm a posição de principal país consumidor de café do mundo, com cerca de 21 milhões de sacas por ano, seguido pelo Brasil, com 18 milhões.
Para 2011, a expectativa do mercado de exportações em relação aos preços é boa, pois o volume produzido tende a cair, devido à bianualidade do café, que tem uma safra maior em um ano e menor em outro. Menos oferta, para um mercado em expansão, é sinal de melhores receitas.
Para o consumidor, os preços também tendem a subir em 2011, mas em ritmo lento. "O mercado está muito competitivo. Acredito que a indústria vai repassar o mínimo", observa o diretor da Cecafé.
Conforme o levantamento da entidade, na participação por qualidade, o arábica responde por 86% das vendas do país. Já o solúvel, por 10%, e o robusta por 4% das exportações. Em relação aos mercados compradores, a Europa surge com 54% de participação das importações do produto brasileiro.